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O cultivo do tabaco na região Sul do Brasil tem uma grande importância social e econômica devido à grande quantidade de pessoas que trabalham manuseando a planta em diferentes municípios do estado. A maior parte do trabalho acontece manualmente, e devido a isto, os fumicultores se expõem a diferentes compostos. Os compostos relacionados à exposição ocupacional durante o período de aplicações de pesticidas e da colheita da folha do tabaco (nicotina) são reconhecidos por causarem danos ao DNA, mas pouco se sabe sobre a exposição ocupacional às nitrosaminas presentes nas folhas secas. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos mutagênicos causados pela exposição dos fumicultores ao tabaco seco durante a época de classificação das folhas, através do teste de micronúcleos em mucosa oral. Para este estudo foram coletados 34 indivíduos (17 indivíduos do grupo controle, e 17 indivíduos do grupo exposto). As coletas ocorreram nas cidades de Santa Cruz do Sul e Sobradinho (RS). As células de mucosa oral foram coletadas com o auxílio de escovas cytobrush e armazenadas em solução fixadora de Saccomano até o processamento e confecção das lâminas. Foram analisadas as frequências celulares de micronúcleos (MN; aneugênese e clastogênese) e brotos nucleares (NBUD; amplificação gênica) em 2.000 células/indivíduo. A média de idade dos grupos foi de 42 anos, sendo avaliados homens e mulheres. Os parâmetros MN e NBUD apresentaram resultados significativos quando comparado ao grupo controle (P<0,05 Teste t-Student). As análises a partir de células de mucosa oral são consideradas pouco invasivas e de fácil acesso para medir danos ao DNA em humanos. A formação de micronúcleos nas células ocorre por uma variedade de substâncias sendo consideradas mutagênicas. A partir do resultado encontrado, podemos inferir que o tabaco seco pode estar associado a indução de danos ao DNA, embora mais análises ainda sejam necessárias.