Portal de Eventos da ULBRA., XIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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IMPLEMENTAÇÃO DO ENSAIO COMETA COM O USO DE ENDONUCLEASES DE REPARO PARA A DETECÇÃO DE BASES OXIDADAS
Mariana Merino Londero, Danieli Benedette, Paula Rohr, Bianca Regina Ribas de Abreu, Juliana da Silva

Última alteração: 29-10-2013

Resumo


Biomarcadores são indicadores de efeitos ao risco ocupacional e ambiental em sistemas biológicos que podem ser mensurados nas células ou moléculas, possibilitando a averiguação de alterações na estrutura e função do DNA e proteínas. O ensaio cometa ou SCGE (Single cell gel eletrophoresis assay) estabeleceu-se como uma técnica muito útil para estudos envolvendo quebras e reparo de DNA. Em geral, as lesões detectadas são decorrentes de quebras simples e duplas na fita de DNA, eventos de reparo por excisão de bases incompletas, crosslinks DNA-DNA, DNA-proteínas, e formação de sítios álcali-lábeis, consideradas regiões vulneráveis para a atuação das enzimas de reparo. Os processos de reparo são convertidos em quebras de DNA, para remoção das bases oxidadas pelo processo de excisão de nucleotídeos. Portanto, o teste torna-se mais sensível através da utilização de enzimas bacterianas conhecidas como endonucleases de reparo que possibilitam detectar bases oxidadas de maneira específica, como a Formamidopirimidina DNA glicosilase (FPG), capaz de reconhecer bases púricas, principalmente 7,8-dihidro-8-oxo-deoxiguanosina (8-OHgua), a Endonuclease III (ENDO III), detecta pirimidinas oxidadas e a 8-hidroxiguanina DNA glicosilase (hOOG1), reconhece produtos 8-oxo-7,8-dihidroguanina (8oxo-G). Devido ao nosso grupo de pesquisa já fazer uso do SCGE em diferentes estudos, nosso objetivo foi adaptar às condições do nosso laboratório o método SCGE modificado (Collins, 2004; Molecular Biotechnology; 3: 249-261) usando enzimas ENDO III, FPG e hOGG1 em linhagem V79 (fibroblastos de hamster chinês) exposta ao peróxido de hidrogênio (H2O2). Assim, as células V79 foram plaqueadas em meio de cultura DMEM e tratadas com H2O2 durante 3 horas. Após o tratamento as células foram coletadas, tripsinizadas, homogeneizadas e pequenas alíquotas misturadas com gel de agarose. Em seguida as lâminas foram mantidas em solução de lise celular para a obtenção de nucleóides. Neste momento, algumas amostras foram reservadas para processos de lavagem em três repetições por 5 minutos com o tampão das enzimas FPG, ENDO III e hOOG1 enquanto que outras lâminas além deste processo também foram incubadas durante 30 minutos com ENDO III e hOOG1; e por 45 minutos com FPG, em câmara úmida a 37°C. Em continuidade, a eletroforese alcalina foi realizada. Depois, as lâminas sem tratamento enzimático, com tratamento enzimático + tampão de enzimas e apenas com tampão de enzimas, foram neutralizadas e fixadas em etanol absoluto, coradas com brometo de etídio e lidas em microscópio de fluorescência, onde foram capturadas imagens de células analisadas pelo software Comet Assay IV®. O parâmetro adotado no presente estudo foi porcentagem de fluorescência presente na cauda. Neste teste piloto as enzimas ENDOIII, FPG e hOGG1 se mostraram eficientes sobre os danos provocados por H2O2 , uma vez queforam verificados aumento significativo de lesões em células tratadas com todas as enzimas, decorrentes dos processos de reparo ao agente indutor de danos oxidativos (H2O2), quando comparados as células que não receberam o tratamento enzimático (P<0,05, ANOVA). Assim, foi possível adaptar o método SCGE modificado para detecção de bases oxidadas, e através do estabelecimento da metodologia em nosso laboratório nossa perspectiva é usar o teste em estudos de ecogenotoxicologia e biomonitoramento humano.


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