Portal de Eventos da ULBRA., XIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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A Variação Linguística nos PCNs e no PNLD para as séries finais do Ensino Fundamental: uma análise comparativa
Mariana Rost, Ana Maria Stahl Zilles

Última alteração: 24-10-2013

Resumo


Neste trabalho, buscamos identificar que aspectos da Variação Linguística são contemplados nas orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) como marco de referência. A seguir, fizemos o mesmo com relação ao Plano Nacional do Livro Didático para as séries finais do Ensino Fundamental nos anos de 2008 e 2011. Nossos objetivos foram: verificar se as diretrizes estabelecidas nesses documentos oficiais divergem ou são coerentes entre si e em que aspectos isso ocorre. A partir de um levantamento sistemático e minucioso das referências à Variação Linguística, à relativização de certo e de errado e às diferenças entre a modalidade oral e escrita da língua nos documentos analisados, constatamos que, embora os PCNs e os Guias de Avaliação de 2008 e 2011 do PNLD estabeleçam que as aulas de Língua Portuguesa devam promover a capacidade de reconhecer as diferentes variedades da língua e identificar os valores sociais nelas implicados a fim de combater o preconceito linguístico, uma quantidade significativa de resenhas dos PNLDs está desalinhada com relação a estas determinações, não informando o leitor se esses temas são discutidos nas coleções ou ainda afirmando que não o são como deveriam. Outro aspecto que nos chamou atenção é que mesmo quando dizem que as coleções tratam do tema da variação, as resenhas o fazem de modo vago e não especificam os aspectos abordados. Apenas 33% das resenhas do PNLD de 2008 e 38% das de 2011 afirmam que as coleções abordam a Variação Linguística e especificam em que aspectos ela é abordada, sendo o documento de 2011 menos detalhado do que o de 2008 quanto às dimensões de variação linguística abordadas. Cinquenta e quatro por cento das resenhas do PNLD de 2008 e 38% das de 2011 afirmam que as coleções didáticas não tratam apropriadamente da relação entre língua oral e escrita, o que também caracteriza um certo recuo na avaliação de aspectos variáveis da língua. Oitenta e oito por centro das resenhas do documento de 2008 e 100% das resenhas de 2011 não informam se as noções de certo e errado são relativizadas pelas coleções, como sustentam os PCNs. Conclui-se que a atenção à variação linguística decresceu de 1998 a 2011 nos documentos oficiais.

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