Portal de Eventos da ULBRA., XIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
Nematomystes sp. (Nematoda, Aspidoderidae) parasitando Scapteromys tumidus (Rodentia, Cricetidae) no Rio Grande do Sul, Brasil
Leandro Ramos Duarte, Eliane Fraga da Silveira, Moisés Gallas, Alexandre Uarth Christoff

Última alteração: 25-10-2013

Resumo


O gênero Nematomystes está acomodado na família Aspidoderidae, composta por endoparasitos de mamíferos, anfíbios e répteis. Na América do Sul existem registros de Nematomystes spp. parasitando roedores de várias espécies: Oxymycterus misionalis, O. rufus e Scapteromys aquaticus (Argentina) e Oxymycterus spp. (Bolívia). O gênero Scapteromys é composto por duas espécies: S.tumidus e S. aquaticus, ambas com ocorrência relata no Brasil. S. tumidus é geralmente encontrado no sul do Rio Grande do Sul em áreas abertas paludes densamente recobertas por gramíneas, próximo a banhados e locais com afluência de água, considerado um animal de hábitos terrestre e semi-aquático. Possui hábito alimentar animalívoro, normalmente encontrado no solo onde escava a superfície em busca de larvas, alimenta-se principalmente de minhocas e insetos. O objetivo deste trabalho é relatar a primeira ocorrência de Nematomystes sp. em S. tumidus no Rio Grande do Sul, Brasil. Os roedores (n = 9) foram capturados em Rio Grande, RS durante 2011 e 2012. No Laboratório de Zoologia de Invertebrados do Museu de Ciências Naturais da ULBRA (MCNU), os órgãos foram separados em placas de Petri contendo solução salina (0,85 %). Os nematóides coletados foram fixados em A.F.A. (65° C), onde permaneceram por 48 h e, posteriormente, conservados em etanol (70° GL). Após a montagem em lâminas temporárias contendo lactofenol de Amann, os helmintos foram identificados como Nematomystes sp. por apresentarem os seguintes caracteres: região cefálica composta por três lábios, lábio de maior tamanho dorsal e dois lábios menores ventrais, separados por espaços interlabiais em forma de ‘V’.  Presença de asas laterais que se iniciam logo abaixo da região cefálica, se estendendo até o meio do corpo próximo a região da vulva. Os machos possuem ventosa pré-cloacal com papilas nas margens superior e inferior, espículos subiguais e presença de gubernáculo. Região posterior com cauda de ponta cônica fina em ambos os sexos. Estes endoparasitos (n = 178) foram encontrados no intestino grosso dos hospedeiros. O registro deste helminto contribui em um novo dado para a fauna de endoparasitos de roedores do Rio Grande do Sul, Brasil.

Texto completo: Pôster