Portal de Eventos da ULBRA., XIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Novos registros de duas espécies de Molossinae (Simmons, 1998), no extremo sul do Brasil
Izidoro Sarmento do Amaral, Andressa Manica Gandini, Eduardo de Lima Coelho, Felipe Bortolotto Peters, Alexandre Uarth Christoff

Última alteração: 29-10-2013

Resumo


Nos últimos anos foi notável o crescimento no número de trabalhos sobre Quirópteros no Brasil. Entretanto, trabalhos que investiguem espécies de Molossineos não são expressivos, um dos fatores que restringem os estudos relaciona-se ao comportamento das espécies desse grupo, as quais apresentam um voo alto acima do alcance das redes de neblina, um dos principais métodos de captura de quirópteros. Sendo assim são pouco representados em coleções científicas. Por consequência desconhecemos muitos aspectos da biologia, ecologia e evolução das espécies de Molossinae no Brasil. Nesse contexto, buscamos contribuir para o conhecimento das espécies de Molossinae no extremo sul do Brasil. Nosso objetivo é colaborar com o conhecimento da ocorrência de duas espécies relacionadas a essa Família no Estado do Rio Grande do Sul. A partir de um levantamento nos acervos das coleções de mamíferos do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) e no Museu de Ciências Naturais da ULBRA (MCNU), em busca de exemplares de Molossus rufus E. Geoffroy, 1805 e Promops nasutus (Spix, 1823) encontramos 19 indivíduos de M. rufus provenientes de seis novas localidades: Eldorado do Sul (1 fêmea); Montenegro (1 macho); Muitos Capões (1 macho; 1 fêmea); Sagrada família (1 macho). Além da extensão para o oeste da distribuição conhecida para a espécie no estado, Campina das missões (2 machos)  e Uruguaiana (6 machos; 6 fêmeas). Para P. nasutus foram registrados 29 indivíduos alocados a cinco novas localidades: Bagé (1 macho; 1 fêmea); Eldorado do Sul (3 machos; 8 fêmeas); Arroio do Meio (1 fêmea); Restinga Seca (1 macho); Porto Alegre (5 machos; 9 fêmeas). A partir dessa iniciativa verifica-se a necessidade de estudos mais aprofundados que visem inventariar a fauna de quirópteros no extremo sul do Brasil e que garantirá um conhecimento mais apurado desse componente faunístico. Os novos registros mostram que as espécies apresentam uma distribuição geográfica além do que conhecemos. Entretanto, conhecemos poucos aspectos da biologia, ecologia desses táxons. A carência dessas informações dificultam uma opinião adequada sobre o status de conservação dos mesmos. Somente através da aplicação de métodos diversificados de coleta de quirópteros, incentivos para a criação e manutenção das coleções científicas e museus e a formação de um número maior de profissionais especializados em sistemática e taxonomia será possível a real dimensão da diversidade e da distribuição das espécies no Brasil possibilitando a criação de estratégias para conservação dos táxons.


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