Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Biolubrificantes: Estudo da Viabilidade Sintética
Dione Silva Corrêa, Katiane Pereira Dorneles

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


Biolubrificantes são vistos como uma alternativa a produtos petroquímicos. O aumento na preocupação ecológica leva a busca de materiais a partir de fontes renováveis; pesquisas nesse sentido mostram bom potencial para diversas aplicações de biolubrificantes como: fluidos hidráulicos, fluidos para metais e óleo lubrificante em geral. Há uma demanda crescente para lubrificantes compatíveis ambientalmente, particularmente em áreas que podem ter contato com água, alimento ou pessoas. Biolubrificantes são no mínimo produtos na qual a formulação permite biodegradabilidade rápida e baixa toxicidade ambiental. O presente trabalho teve como objetivo estudar a viabilidade sintética de ésteres de ácidos carbônicos dicarboxílicos, a partir do ácido adípico, com a finalidade de uso como componentes de óleo lubrificante sintético, bem como reações de obtenção de ésteres a partir do ácido oléico e linoléico e diferentes alcoóis ramificados. Em uma das rotas empregada na primeira etapa o ácido adípico e o glicerol foram reagidos termicamente, empregando isoparafina como solvente. Na segunda etapa desta reação um álcool ramificado (isopropanol, Isobutanol ou isopentanol) foi adicionado e a mistura refluxada em temperatura próxima ao ponto de ebulição do álcool empregado. A quantidade de água liberada foi monitorada em ambas as etapas. As duas fases obtidas foram separadas e o produto foi isolado na forma de um óleo amarelo. Nas reações de esterificação de ácido adípico e glicerol como reagentes de partida foram obtidos ésteres oligoméricos com diferentes classes de viscosidade. Na síntese a partir de ácidos graxos, primeiramente, foi efetuada a reação de hidratação em meio ácido na temperatura de 75 ºC. Após cinco horas de reação a fase orgânica foi separada e reagida, sob refluxo, com  isopropanol, Isobutanol ou isopentanol para proceder a esterificação do ácido, a temperatura variou de acordo com o álcool empregado. A seguir a mistura foi resfriada e neutralizada o produto desta etapa extraído com acetato de etila. O derivado obtido foi reagido com anidrido acético em presença de dimetilformamida 80 ºC. A mistura reacional foi resfriada a temperatura ambiente, diluída com acetato de etila, lavada sucessivamente com água, NaOH 10%, HCl 10% e NaHCO3 5% e seca, o produto foi então isolado por filtração e evaporação do solvente. Os ésteres foram obtidos com rendimentos superiores a 70 %, todos como um líquido amarelo de alta viscosidade. Os resultados obtidos mostram que adipatos, oleatos e linoleatos de ésteres de alcoóis ramificados podem ser utilizados como componentes de óleos lubrificantes. A adição destes ésteres reduziu o ponto de fluidez em alguns graus em comparação com o óleo de base testado. A presença de ésteres melhorou significativamente o índice de viscosidade. Uma influência positiva de ésteres sobre as propriedades de lubrificação do óleo formulado foi também observada. Os testes de Bosch e Herbert indicaram que as formulações são boas para micro emulsão, conferem boa lubricidade em fluídos de corte e apresentam ação anticorrosiva adequada. O biolubrificante que apresentou melhores propriedades foi o adipato a base de álcool isopentílico. Os ésteres obtidos apresentam as propriedades físico-químicas apropriadas para uso como lubrificantes sintéticos, sendo indicados como biolubrificantes, uma vez que ésteres do ácido adípico são caracterizados pela alta biodegradabilidade.