Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
PROJETOS GOVERNAMENTAIS E A GESTÃO DE RISCOS
Paola Verdun, Karla Schuck Saraiva

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


Temos acompanhado desde o final do século XX o que poderíamos considerar uma alteração do papel do Estado, de provedor de segurança para a população para o papel de um instrumentador do gerenciamento privado de riscos, em parceria com outras instituições. O presente trabalho tem por objetivo investigar o Programa Mais Educação, tomado como uma estratégia de gestão de riscos pelas comunidades escolares. Ou seja, o Programa Mais Educação estaria inserido dentro dessa racionalidade de gestão de riscos por indivíduos e comunidades, em que cabe ao Estado o papel de incentivar. A pesquisa está sendo realizada em quatro escolas de ensino fundamental e médio, da cidade de Cachoeirinha/RS, no ano de 2012, que aderiram ao Programa Mais Educação; por meio de entrevistas com professores e/ou diretores comunitários. As questões da entrevista buscam identificar os macrocampos escolhidos para trabalhar nas escolas, bem como as atividades correspondentes, as justificativas para essas escolhas e os objetivos a serem alcançados. Os resultados obtidos até o momento mostram acentuada preocupação com a questão disciplinar, o que parece ser o principal elemento a orientar a seleção de atividades a serem oferecidas. Como um exemplo, em uma das escolas, optou-se em ofertar o judô para as crianças por entender-se que essa atividade seria capaz de reduzir os intensos conflitos que havia no ambiente escolar por desenvolver nas crianças valores como autodisciplina e respeito ao próximo. Além disso, também merece destaque a preocupação que transparece nas entrevistas com a proteção de crianças e jovens, uma vez que permanecendo mais tempo no espaço escolar estariam afastados dos perigos da rua e contariam com alimentação adequada. Cabe notar que o destaque dado para o desenvolvimento cognitivo das crianças e jovens recebeu menor atenção do que a questão da segurança, tendo aparecido claramente apenas em uma das entrevistas. Ainda que o público-alvo do programa sejam os alunos em situação de risco, as entrevistadas relataram que nem todos os inscritos no Programa se enquadrariam nesse grupo. Como os alunos são convidados a participar do Programa, percebe-se que os que mais necessitariam desse tipo de atendimento acabam por não usufruir do benefício.