Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Avaliação farmacogenética no tratamento da hepatite C crônica: estudo de polimorfismo no gene da interleucina 28B humana em pacientes infectados com o vírus da hepatite C genótipos 2 e 3
Camila Fernanda Da Silveira Alves, Camila Guerra Marangon, Guilherme Becker Sander, Paulo Dornelles Picon, Vagner Ricardo Lunge, Daniel Simon

Última alteração: 24-10-2012

Resumo


O vírus da hepatite C (HCV) infecta aproximadamente 170 milhões de pessoas em todo o mundo. Cerca de 20% dos indivíduos infectados conseguem eliminar o vírus de forma espontânea, sendo que no restante a infecção evolui para hepatite C crônica. Uma proporção significativa destes pacientes desenvolve cirrose e carcinoma hepatocelular, sendo a infecção pelo HCV a causa mais frequentemente diagnosticada em casos de transplante hepático. O tratamento atual objetiva deter a progressão da doença hepática através da eliminação do HCV e envolve a utilização de interferon (convencional ou peguilado) associado à ribavirina. Através de estudos de associação genômica ampla (GWAS), polimorfismos (SNPs) no gene da interleucina 28B humana (IL28B) foram associados ao sucesso do tratamento, ou seja, quando o paciente apresenta resposta virológica sustentada (RVS), que é definida como a ausência de material genético do HCV no plasma 6 meses após o final do tratamento. Indivíduos infectados com os genótipos 2 ou 3 apresentam maior RVS em relação aos pacientes de genótipo 1. Por esse motivo, a duração do tratamento varia de acordo com o genótipo do HCV. A taxa de RVS varia entre 40-50% em pacientes portadores do genótipo 1, que requerem 12 meses de tratamento, e é aproximadamente 75% em pacientes infectados com HCV genótipos 2 ou 3, que são tratados por 6 meses. O genótipo viral é um dos mais importantes preditores da resposta ao tratamento em pacientes com hepatite C crônica, entretanto fatores relacionados ao hospedeiro (idade, sexo, etnia, índice de massa corporal, resistência à insulina, gravidade da fibrose hepática, adesão ao tratamento e fatores genéticos) também foram associados à RVS. O genótipo CC do polimorfismo rs12979860 do gene IL28B foi significativamente associado com maiores chances de alcançar a RVS. O presente estudo tem como objetivo analisar a associação entre o polimorfismo rs12979860 com a resposta ao tratamento em pacientes com hepatite C crônica portadores de HCV genótipos 2 ou 3. Serão analisados 305 pacientes em atendimento no Centro de Aplicação e Monitorização de Medicamentos Injetáveis (CAMMI) do Hospital Sanatório Partenon, Porto Alegre, RS. O DNA foi extraído a partir de células da mucosa oral. A identificação dos genótipos dos pacientes está sendo realizada pela amplificação do material genético por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR), seguida da clivagem com a enzima de restrição BstUI. Os fragmentos foram verificados por eletroforese em gel de poliacrilamida 10% corado com nitrato de prata. Até o presente momento foram determinados os genótipos de 85 pacientes, sendo que 31 (36,5%) apresentam o genótipo CC, 41 (48,2%) o genótipo CT e 13 (15,3%) o genótipo TT. A frequência do alelo C foi 60,6%. Após a realização das análises genéticas no restante da amostra, será realizado estudo de associação entre os genótipos do polimorfismo rs12979860 e a resposta ao tratamento.