Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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OBTENÇÃO DO SÊMEN DO GARANHÃO A PARTIR DA CAUDA DO EPIDÍDIMO
Tamara Vieccelli Perizzolo, Amadeu Uberti Durant, Gabriela Kaebisch Terra, Diego Felipe Adams, Eduardo Malschitzky, Paulo Ricardo Aguiar

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


A morte inesperada ou indicada, distúrbios ou traumas que impossibilitem a cobertura ou coleta de sêmen e a realização de uma orquiectomia de emergência (como no caso de uma hérnia inguino - escrotal) podem encerrar com a vida reprodutiva de garanhões de alto valor genético. Nesses casos, a recuperação de sêmen do epidídimo pode ser a última oportunidade de se obter o germoplasma de animais geneticamente superiores ou mesmo em extinção. O objetivo deste experimento foi aperfeiçoar a técnica de colheita de espermatozóides da cauda do epidídimo, e comparar a longevidade e qualidade do sêmen integral coletado por meio de vagina artificial com a do sêmen coletado do epidídimo, ambos, resfriados e diluídos com leite desnatado (UHT). Foram utilizados sete eqüinos de diversas raças e idades, que foram submetidos à orquiectomia eletiva no HV ULBRA. Os animais tiveram o sêmen coletado por meio de vagina artificial modelo Hannover. Imediatamente após a coleta, o sêmen foi avaliado quanto à motilidade e vigor. Após 24 horas, a orquiectomia foi realizada pelo método aberto, com o animal sob anestesia geral inalatória com isoflurano. Os espermatozóides foram obtidos através da técnica de fluxo retrogrado e avaliados quanto à motilidade e ao vigor. As avaliações seminais ocorreram nos tempos 0, 15 e 60 minutos e uma última em 24 horas. Os dados foram comparados através da análise de variância (ANOVA), de acordo com o método de coleta, nos diferentes tempos. No tempo zero, a motilidade do sêmen recuperado da cauda do epidídimo (10%) foi menor que a motilidade do sêmen coletado por meio de vagina artificial (70%) (p= 4,9 x 10-6). Da mesma, foi observado que no sêmen recuperado da cauda do epidídimo, a motilidade no tempo 0 (7,86%) foi menor do que no tempo 15 (38,7%) (p=0,015). Entre os tempos 15 e 60 (motilidade média 42,7%) não foi observada diferença (p>0,08), assim como em relação a 24 horas (motilidade 30%). No sêmen coletado por vagina artificial não foram observadas diferenças entre os diferentes tempos de avaliação, tendo-se observado apenas uma tendência a menor motilidade (p=0,06) nas 24 horas (45%), em relação às avaliações nos tempos 0 a 60 minutos (motilidade média = 68,4%). A motilidade do sêmen recuperado da cauda do epidídimo no tempo 0 minuto foi menor que a motilidade do sêmen coletado por meio de vagina artificial no mesmo tempo, e menor que no tempo 15 minutos do sêmen recuperado da cauda do epidídimo. A baixa motilidade do sêmen obtido a partir do epidídimo foi semelhante ao relatado na literatura. Conclui-se que, após a coleta e diluição do sêmen do epidídimo, os espermatozoides apresentaram a mesma viabilidade do sêmen colhido por meio da vagina artificial, porém, deve-se aguardar pelo menos quinze minutos antes de realizar a primeira avaliação da qualidade seminal.