Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Presença de H1N1pdm09 resistentes ao inibidor de neuraminidase (oseltamivir) no Brasil
Silvia de Carli, Camila Marx, Fernanda Kieling Moreira Lehmann, Tatiana Schäffer Gregianini, Ana Rosa da Fonte Raya, Vagner Ricardo Lunge, Nilo Ikuta

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


A mais recente pandemia global de um novo vírus de influenza tipo A H1N1 iniciou-se em março de 2009 onde foram confirmados 30.000 casos no Brasil, sendo que no Rio Grande do Sul foram confirmados 3.585 casos (298 óbitos). Em 2010 não houve detecção no RS. Já em 2011, foram confirmados 108 casos (13 óbitos), e em 2012 foram confirmados 517 casos (66 óbitos). Os inibidores de neuraminidase (NAIs) são as drogas recomendadas para o tratamento de infecções H1N1 pdm09 (oseltamivir e zanamivir). No entanto, a ocorrência de resistência a este grupo de medicamentos já tem sido relatada desde junho de 2009, e até agosto de 2011 já foram descritos 570 casos resistentes a oseltamivir. Baseando-se nestes dados, o objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência de casos de H1N1 pdm09 resistentes NAIs e caracterizar sua disseminação no RS nos anos de 2009 a 2012. Foram obtidas e analisadas 355 sequências de NAs das quais 156 eram de 2009, 105 de 2011 e 94 de 2012, onde verificou-se a presença das principais mutações descritas para resistência a oseltamivir e zanamivir. Não se detectou mutante com resistência a zanamivir em nenhuma das amostras analisadas, porém foram identificados 3 casos com alterações que conferem resistência para oseltamivir. Duas amostras com a substituição H275Y (principal mutação descrita na literatura), sendo uma delas de paciente do sexo masculino (2009), 26 anos, residente em Gravataí, com imunossupressão que evoluiu para cura e a outra em 2012 (paciente do sexo masculino, 28 anos, residente em Cruz Alta). Além destes dois casos, também foi detectado o vírus com a mutação S247N numa amostra coletada em 2011 (paciente do sexo masculino, 3 meses de idade, residente em Guaíba, que foi a óbito). Este estudo indica a ocorrência das primeiras descrições de H1N1pdm09 resistentes ao oseltamivir em nosso país, durante e após a pandemia. Foi demonstrado que sua ocorrência foi baixa, e também que não houve disseminação do vírus resistente em 2011 e 2012, indicando que o tratamento com NAIs continua sendo efetivo no controle desta enfermidade.