Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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História de abuso sexual e físico em mães adolescentes, com idade entre 14 a 16 anos, em Porto Alegre, RS – Etapa3
Lílian dos Santos Palazzo, Denise Rangel Ganzo de Castro Aerts, Gehysa Alves, Sheila Gonçalves Câmara, Airton Stein, Bruno Bosa

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


A morbidade entre adolescentes têm revelado taxas preocupantes em áreas como saúde mental, cardiovascular e saúde reprodutiva/sexual.  Sobre essa última, a gravidez na adolescência apresenta-se como um sério problema de saúde coletiva, por sua freqüência elevada e conseqüências danosas, tanto individuais como sociais. Embora alguns estudos apontem a presença de abuso sexual e/ou físico na história de gestantes adolescentes, as diferenças e vieses metodológicos fazem com que possibilidade de associação entre estas variáveis permaneça interrogada. Assim, objetivou-se investigar a associação entre história de violência e maternidade na adolescência através de um estudo de casos e controles. Os casos são todas adolescentes de 14 a 16 anos, residentes em Porto Alegre, que tiveram filhos entre 2009-2010. Os controles foram duas jovens da mesma idade, vizinhas do caso, que não tiveram filhos, totalizando dois controles para cada caso selecionados de maneira aleatória.  Considerando o tamanho da amostra calculado (425 casos e 850 controles), nível de confiança de 95% e prevalência estimada de exposição entre controles de 10%, este estudo tem poder para detectar razões de chance maiores ou iguais a 1,5. As informações foram obtidas por meio de questionário auto-aplicável, anônimo. Na etapa 1 foi realizada a elaboração do instrumento, treinamento dos entrevistadores, estudo piloto, coleta das informações e iniciado o processamento dos dados. Nesta etapa, foram entrevistadas 1289 adolescentes, sendo 431 casos e 858 controles. Na etapa 2 foi realizada a limpeza dos dados, observando-se a coerência/consistência, e iniciada a análise estatística. Na etapa 3 houve continuidade do processamento dos dados, e têm-se encontrado dificuldades devido as inconsistências encontradas a respeito de algumas informações. Também, seguiu-se a revisão de literatura e criou-se uma base informatizada de artigos. Dentre  os resultados parciais verificou-se, principalmente, que das adolescentes que sofreram abuso sexual em algum momento da vida, 41,2% pertenciam aos casos e 58,8% ao grupo controle. Porém, não foi observada associação estatística entre maternidade na adolescência e abuso sexual. Quanto a vivência de violência física, aquelas que foram mães apresentaram mais história de violência física (42,9%)  que os controles (57,1%) sendo esta diferença estatisticamente significativa (p<0,012). Também, relataram mais violência por parceiro íntimo, em algum momento da vida, tais como: restrição do contato com a família (p=0,00), serem ignoradas ou tratas com indiferença (p=0,00), serem insultadas (p=0,00), depreciadas ou humilhadas (p=0,00). Os resultados preliminares apontam que mães adolescentes têm mais história de violência física e outras formas de maus tratos perpetrados por companheiros, que aquelas que não vivenciaram a maternidade, demonstrando a necessidade de ações preventivas.