Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Expressão de Enolase em Culturas Celulares de Gliomas Humanos em Resposta à Radiação Ionizante
Vanessa Schmitz Reis, Patrícia Fontoura da Rosa, Camila Marx, Nilo Ikuta, Aroldo Braga Filho, Daniel Simon, Adriana Brondani da Rocha, Ivana Grivicich

Última alteração: 24-10-2012

Resumo


A maioria dos tumores primários de cérebro se origina de células gliais e são categorizados como gliomas. Os gliomas são divididos em subtipos como: astrocitoma, oligodendroglioma e ependioma. Os gliomas na forma de astrocitomas, astrocitomas anaplásicos e glioblastoma multiforme (GBM) são os tumores cerebrais mais comuns e mais malignos. A proliferação microvascular, hiperplasia endotelial, vasos glomerulóides e necrose são características que definem um astrocitoma de grau IV, também chamado de GBM. O GBM tem uma baixa sobrevida, em torno de 12-14 meses após o diagnóstico, sendo mais comum em adultos. Os sinais e sintomas dependem da sua localização, tamanho, taxa de crescimento e incluem dores de cabeça, déficit neurológico focal e mudanças de estado mental. O tratamento do GBM constitui-se de remoção cirúrgica seguida de quimioterapia e radioterapia concomitantes. A radioterapia representa o mais efetivo tratamento para o GBM, no entanto, permanece sendo paliativa, devido à radiorresistência. A enolase é uma metaloenzima dimérica, a sua isoforma enolase neurônio específica, a γ-isoenzima (ENO2), é encontrada em neurônios e células neuroendócrinas em certas condições fisiológicas (como estresse celular). Devido a relação desta com o metabolismo energético, é possível esperar que o padrão de expressão desta enzima possa afetar a resposta dos gliomas à radioterapia. Este estudo teve como objetivos avaliar o padrão de resposta celular à radiação ionizante nos GBM em cultivo, determinar os níveis de enolase nas linhagens celulares, determinar o efeito da radioterapia sobre o conteúdo de enolase nos GBM em cultivo e avaliar se existe correlação entre a resposta à radioterapia e o conteúdo de enolase. Para a realização do estudo foram utilizadas as linhagens celulares de glioma humano, U-87MG e MO59J mantidas em frascos com meio de cultura DMEM e 15% de soro fetal bovino. As linhagens foram expostas a doses de 2, 5 e 10 Gy de radiação ionizante, utilizando-se um acelerador linear Telecobalto Theratron Phoenix Philips SR 7510 no Serviço de Radioterapia do Hospital São Lucas da PUCRS (Porto Alegre, RS). A viabilidade das células tratadas e não tratadas foi avaliada pela coloração de Azul de Tripano. A avaliação da expressão do gene da ENO2 foi realizada através de PCR em tempo real utilizando o primer para o gene beta-actina como padrão interno. Os resultados obtidos com a exposição a radiação ionizante mostraram uma maior sensibilidade na linhagem MO59J e maior quantidade de ENO2 quando comparado com a U-87MG. Com a avaliação da ENO2 podemos sugerir que esta enzima têm função de proteção celular contra tratamentos como radio e quimioterapia, e, possivelmente, as células com maior conteúdo da mesma poderiam se recuperar mais facilmente de danos, fortalecendo a ideia de sua participação na radiorresistência.