Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Prevalência e persistência da infecção cervical pelo papilomavírus humano (HPV) em mulheres de uma comunidade do interior do Rio Grande do Sul.
Tatiana de Vargas, Janaína Coser, Nilo Ikuta, Daniel Simon, Vagner Ricardo Lunge

Última alteração: 24-10-2012

Resumo


A infecção pelo papilomavírus humano (HPV, human papillomavirus) é uma doença sexualmente transmissível e responsável pelo desenvolvimento de câncer cervical nas mulheres. O HPV pertence à família Papillomaviridae e é classificado em 12 gêneros que infectam várias espécies de animais, sendo que apenas o gênero Alpha causa infecção cervical nas mulheres, sendo classificado em tipos e de acordo com o potencial oncogênico (risco baixo, intermediário e alto). A informação epidemiológica da prevalência do HPV na população é essencial para o estabelecimento de estratégias de prevenção. Este resumo apresenta um resultado preliminar de um estudo maior que tem como objetivo investigar a prevalência e persistência do HPV em mulheres atendidas em um serviço público de saúde em uma comunidade no interior do Brasil. Amostras cervicais para análise citológica e detecção do DNA do HPV foram coletadas de 56 mulheres atendidas em uma clínica de saúde pública na cidade de Cruz Alta (Rio Grande do Sul) no período de janeiro a abril de 2012. A detecção e tipificação do HPV foi realizada conforme previamente descrito (COSER et al., Braz J Infec Dis - Vol. 15 nº 5 – 2011). Os resultados citológicos não mostraram alterações citológicas em 52 (92,9%) amostras, enquanto 4 (7,1%) mulheres apresentaram células atípicas ou lesão de baixo grau. O HPV foi detectado em 20 (35,71%) amostras, sendo 14 (70%) casos com um único tipo, 4 (20%) infecções mistas com 2 tipos e 2 (10%) indeterminadas. Tipos de risco baixo, intermediário e alto do HPV foram detectados em 1 (5%), 5 (25%) e 12 (60 %) amostras, respectivamente. Na análise comparativa, 16 (30,8%) das 52 mulheres com citologia normal tiveram resultado positivo para o HPV e todas as 4 (100%) com alteração citológica tiveram infecção pelo HPV (duas infecções simples pelos tipos 45 e 31, e duas infecções com os tipos 18 e 16, 16 e 35). Quinze pacientes eram casos previamente positivos para HPV no ano de 2010, das quais 9 (60%) apresentaram resultado negativo (eliminaram a infecção) e 6 (40%) apresentaram resultado positivo para HPV (persistiram com a infecção). Nestes 6 casos, 3 presentaram tipo diferente do anterior e os outros 3 casos resultaram no mesmo tipo previamente identificado (20% de persistência). Entre estes ocorreu um caso de tipo de alto risco sem lesão em 2010 que apresentou lesão de baixo grau, com células atípicas, em 2012. A estimativa preliminar de persistência (20%) está de acordo com outros estudos (ROSA et al., Am J Obstet Gynecol. - 199(6):617.e1-7 - 2008). Os dados iniciais demonstram a importância da associação de testes citológicos e detecção de DNA no rastreamento de casos de câncer cervical.