Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Avaliação do desempenho biológico de bovinos de corte terminados sobre pastagens de azevém (Lolium multiflorum) e milheto (Pennisetum glaucum)
Fábio Tolotti, Carlos Santos Gottschall, Leonardo Rocha da Silva, Pedro Lourencena

Última alteração: 26-10-2012

Resumo


A terminação de bovinos de corte em pastagens cultivadas é uma alternativa viável e recomendada. Porém conhecer as variáveis de desempenho animal submetidos a tal manejo é importante para o sucesso do empreendimento. Foram avaliados dados de 1071 bovinos machos castrados entre três e cinco anos de idade (522 de três anos, 489 de quatro anos e 60 de cinco anos), sendo 710 animais submetidos à terminação nos invernos de 2010 e 2011 e 361 animais nos verões de 2010/2011 e 2011/2012. Todos os animais avaliados pertencem a mesma propriedade que realiza e recria em campo nativo e terminação em pastagem cultivada. Os animais foram alocados na pastagem por avaliação visual do estado corporal, sendo escolhidos animais com melhor estado em comparação aos demais. A saída das pastagens ocorreu direto para o frigorífico, também determinada por avaliação visual. As variáveis avaliadas foram: ganho médio diário de peso (GMD) durante o período em pastagem, peso médio inicial (PMI), peso médio final (PMF), tempo médio de permanência (TMP), ganho de peso (GP) e idade dos animais (ID). As variáveis foram correlacionadas (análise de correlação de Pearson) para avaliação de desempenho dos animais, além das comparações entre os ciclos de inverno e os ciclos de verão (Teste t de Student). A idade não foi significativa no desempenho dos animais. Nos invernos os animais que entraram com menor PMI apresentaram maior GMD (P<0,01, Pearson= -0,31). Nos verões os animais que apresentaram maior GMD permaneceram por menor tempo na pastagem cultivada (P<0,01, Pearson= -0,53). Tanto nos invernos, como nos verões os animais com maior PMF apresentaram um maior GMD (P<0,01, Pearson= 0,23), e animais com maior GMD apresentaram um maior GP (P<0,01, Pearson= 0,42). Em ambos os ciclos os animais que ingressaram na pastagem com maior PMI saíram para abate com maior PMF (P<0,01, Pearson= 0,70) e os animais que apresentaram menor PMI obtiveram maior GP (P<0,01, Pearson= -0,48). Na comparação entre os ciclos, o PMI nos invernos foi de 418,6 kg, e o PMI nos verões foi de 460,6 kg (P<0,01), demonstrando que os animais ingressaram na pastagem mais pesados nos ciclos estivais. O PMF dos invernos foi de 505,9 kg, e o PMF nos verões que foi de 516,2 kg (P<0,01). O GP nos invernos foi de 87,3 kg e nos verões de 55,5 kg (P<0,01), demonstrando que nos ciclos hibernais os animais ganharam mais peso durante o período que estiveram na pastagem, devido ao maior TMP que nos invernos foi de 71,9 dias e nos verões de 43,2 dias (P<0,01). O GMD no inverno foi de 1,224kg/dia e no verão de 1,433 kg/dia (P<0,01). Nos ciclos estivais os animais apresentaram um maior ganho médio diário de peso, maior peso médio inicial, maior peso médio final e um menor tempo de permanência na pastagem cultivada. Pastagem cultivada de verão pode representar uma excelente alternativa para terminação de animais.