A violência no contexto esportivo é um grave problema social que vem aumentando consideravelmente. Os episódios de violência no esporte, em maior grau, no futebol, estão tornando-se cada vez mais freqüentes e preocupantes. A violência física é o tipo mais visível no contexto esportivo. Atualmente, está muito comum assistirmos a cenas de violência envolvendo os jogadores, a torcida, os árbitros, a comissão técnica, entre outros. Mas, além da violência física, presenciamos no contexto esportivo, outros tipos de violência, que não são tão visíveis quanto à violência física, mas que podem causar grandes prejuízos à saúde das pessoas. Esses tipos de violência não são facilmente percebidos é o caso da violência de gênero que consiste em todo o tipo de deboche, insulto, intimidação, preconceitos e estereótipos, ou seja, toda ação que gera danos psicológicos e a identidade do individuo. Esta violência é sofrida pela mulher desde os primórdios da sociedade onde a mulher é caracterizada como o sexo frágil/incapaz e que, portanto não tem condições de sobreviver à custa do seu próprio trabalho e esforço, até os dias de hoje com salários desiguais em relação aos homens. No campo do esporte, como a mulher ainda é tida como “sexo frágil” aquelas que se destacam são ridicularizadas, humilhadas, e masculinizadas não só pela sociedade, também pela família, amigos, pelos estereótipos criados pela mídia que em muitas ocasiões procura atribuir o sucesso da atleta pelo seu belo corpo. A pesquisa envolveu 16 mulheres atletas de futsal, na faixa etária de 16-39 anos. Como instrumento de coleta foi utilizado um questionário com questões abertas e fechadas. As questões foram elaboradas assumindo gênero como uma construção social e, portanto histórica.        No dia da aplicação da entrevista, foram fornecidas informações sobre os objetivos da pesquisa e garantido o anonimato. Também foram garantidas as atletas o retorno dos resultados da pesquisa. A percepção de violência de Gênero no esporte para esse grupo de mulheres apresenta-se como um sentimento controverso, de difícil entendimento que não combina com a representação de esporte, pois entendem que a pratica de esportes esta atrelada ao bem estar físico e mental, na qual proporciona a melhoria na qualidade de vida de seus praticantes e não a violências e que, portanto não deveria ter espaço ao preconceito, agressões e violência; relataram também como sendo vilência de gênero quando as pessoas ficam rindo delas no momento do jogo, considerando esse deboche como um tipo de preconceito; é uma forma de discriminação, quando há de piadas relacionadas às mulheres, dizendo que esporte é coisa para homens. De acordo com os relatos percebe-se que é comum à violência de gênero no cotidiano destas atletas, e que apesar do pouco entendimento sobre o assunto, consideram uma conduta anti-desportiva e que às vezes a família e os amigos não percebem e o fazem por meio de deboches, piadinhas entre outros insultos.