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HEREDITARIEDADE NA ESQUIZOFRENIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Alcilene Guimarães Adão, Ana Carolina Albuquerque Mariano da Silva, Maria Cicera Freitas Andrade, Renato Silva, Daniela Cristina Gonçalves Aidar

Última alteração: 17-09-2018

Resumo


Palavras chave: Esquizofrenia; Hereditariedade; Saúde Mental. INTRODUÇÃO: Esquizofrenia é um transtorno mental crônico que afeta até 1% da população mundial, principalmente jovens e adultos, com desenvolvimento e progressão resultante de uma complexa interação entre fatores ambientais, função genética alterada e expressão proteica diferencial sistemática. Enigmática, com diagnóstico subjetivo e tratamentos farmacológicos realizados ainda de forma empírica, a desordem é determinada por características comportamentais motora, afetiva e cognitiva anormais, com expectativa de vida reduzida em torno de 10 anos.  OBJETIVO: Compreender fatores determinantes no desenvolvimento da esquizofrenia com ênfase no envolvimento da herança genética. METODOLOGIA: Revisão com estudo retrospectivo e publicações científicas dos últimos cinco anos, em artigos de língua portuguesa, espanhola e inglesa, nas bases de dados da BIREME, BVS, LILACS; MEDLINE, PubMed e SciELO. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Todos os artigos citam uma provável influência genética ou familiar na esquizofrenia, como os estudos relacionados a epigenética, de interações gênero-ambiente, transcriptômica, proteômica, metabolômica, neuroimagem e psicopatologia. A heterogeneidade fenotípica pode se relacionar a vulnerabilidade genética diferenciada, explicando porque estudos genéticos traduzem apenas parte da herança do risco de esquizofrenia; a análise proteômica, utiliza métodos para descobrir alterações moleculares e identificar biomarcadores na esquizofrenia, considerando sua provável relação com a predisposição genética, fatores ambientais, expressão gênica e proteica alterada; há estudos trascriptômicos na esquizofrenia em relação à conectividade cerebral afetada a nível celular e molecular com disfunção dos axônios neurais e alterações sinápticas, com investigação da expressão gênica para descoberta de alterações de vias complexas em regiões do cérebro na esquizofrenia; além de possível relação da fisiopatologia da esquizofrenia com o estresse oxidativo, que é lesivo a várias estruturas celulares tal como da matriz extracelular (MEC), que é responsável para uma boa condução sináptica, onde mecanismos de defesa dos esquizofrênicos parecem sofrer alterações, com respostas de genes que codificam a proteína da MEC; estudos falam sobre a existência de uma clara ligação genética, que diz não ser suficiente por não esclarecer bem quais genes são responsáveis pelo transtorno; relata também a descoberta de um novo gene de miARNs, relacionado com a esquizofrenia, que regula o neurotransmissor e os conjuntos de genes do canal iônico; e  estudo sobre a associação da variabilidade do número de cópias em 16p13.11 à esquizofrenia e outros transtornos; além da associação genoma-geral (GWAS), com pesquisa genética de endofenótipos de esquizofrenia para descobrir o papel dos genes na patogênese, e estudo das variações de número de cópias de DNA (CNVs) no genoma, com mais de 70 genes suspeitos, muitos com possível relação desconhecida com a etiopatogenia. CONCLUSÃO: Literaturas reforçam o desenvolvimento da esquizofrenia como consequência de vários fatores, sem descartar o papel da hereditariedade ao citarem possíveis influências dos genes. O conhecimento da base genética da esquizofrenia, suas possíveis alterações e padrões de herança podem nortear o tratamento, prevenção e aconselhamento genético, considerando sua etiologia multifatorial, onde estressores externos agem como gatilho no desenvolvimento de transtornos em indivíduos predispostos.


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