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O ESTRESSE E A BIODANAÇA
Jose Ribeiro da Silva, Eduardo Teixeira da Silva, Jessica Koslowski Tejada, Karen Pacheco Wolfle, Leticia dos Santos Stropper, Luis Álvaro Moraes, Pedro Luis da Silva Raupp

Última alteração: 27-10-2014

Resumo


O Estresse e a Biodança

Eduardo Teixeira da Silva

Jessica Koslowski Tejada

José Ribeiro da Silva

Karen Pacheco Wolfle

Leticia dos Santos Stropper

Luis Álvaro Moraes

Pedro Luis da Silva Raupp

 

Luciana Schermann Azambuja

Grande parte da população mundial vive sob uma forte pressão psicológica e ambiental que afeta toda sua existência. Toda essa pressão causada por cobranças em excesso pode originar o estresse. O estresse é uma reação do organismo, com componentes psicofisiológicos que ocorrem quando o indivíduo se confronta com uma situação que, de um modo ou de outro, o irrite, amedronte, excite ou confunda ou mesmo que o faça imensamente feliz (Lipp, Arantes, Burity & Witzig, 2002). Através de vivências integradoras, a Biodança estimula o processo de autorregulação do eixo neuroendócrino hipófise-suprarrenal, facilitando o processo de adaptação e evitando as consequências do estresse (Toro, 2002).Este trabalho busca entender a eficiência da Biodança no combate ao estresse, procurando compreender melhor esta forma de terapia ainda pouco estudada e divulgada.       Através das pesquisas existentes, observa-se que os profissionais terapêuticos estão aderindo na sua formação profissional, a integração da Biodança junto aos seus tratamentos clínicos. Eles têm como objetivo tratar a dor física e os sofrimentos dos pacientes. Podemos observar o trabalho que o Psicanalista inglês Donoed Winnicott (Donoed. Winnicott, 2000), que definiu a Biodança como o alojamento da pisque na soma que proporciona o sentimento de “ser um eu” subjetivamente. A Biodança pode ser denominada como uma combinação de dança e psicologia. Ela foi criada pelo psicólogo e antropólogo chileno Rolando Toro (D’ALENCAR, BÁRBARA PEREIRA. 2002). Através de uma pesquisa em que Rolando perguntava a pessoas sobre as suas expectativas em relação à vida, ele desenvolveu as linhas de potencial que a Biodança iria se dedicar (GONZAGA, LUIS RICARDO VIEIRA. 2000). A partir da pesquisa, Rolando chegou a cinco máximas em que a Biodança seguiria: - VITALIDADE: trabalha em torno das questões de saúde do corpo, pois os exercícios exigem muito fôlego, para que as pessoas percebam seus limites e diferenças; - SEXUALIDADE: é trabalhada a sensualidade; - CRIATIVIDADE: são realizados exercícios para que os alunos tenham mais jogo de cintura; - AFETIVIDADE: a pessoa aprende por meio dos exercícios a fazer bem sem receber algo em troca; - TRANSCENDÊNCIA: procura vivenciar o instante. A Biodança pode ser praticada por qualquer pessoa e deve ser realizada em grupo. Através de exercícios lúdicos, a Biodança visa explorar as linhas de potencial citadas acima. O aluno passa por um processo evolutivo durante o curso, por isso é muito importante a frequência nas aulas, assim como são as sessões de psicoterapia. Esses efeitos evolutivos podem ser percebidos na atitude que os alunos passam a ter em relação a situações do seu dia-a-dia (Toro, 2002). O curso de Biodança pode ser dividido em dois estágios: a intensidade e a profundidade. O curso de iniciação, ou seja, o de intensidade é um curso com um grau menor, focando principalmente na história da Biodança e é destinado a alunos iniciantes. Nesta etapa é constituído o processo de integração. Por isso, é muito importante a frequência dos alunos para que o grupo possa se tornar unido e apto para seguir para a etapa seguinte (Toro, 2002). A segunda etapa do curso pode ser chamada de Aprofundamento e Radicalização de Vivências. Esta etapa tem por objetivo incorporar as linhas de vivência no próprio estilo de vida dos alunos (D’ALENCAR, BÁRBARA PEREIRA. 2002). A Vivência constitui o método que fundamenta a metodologia da Biodança. Através do método vivencial, é possível induzir vivências integradoras capazes de expressar a identidade, modificar o estilo de vida e reestabelecer a ordem biológica (TORO, 2005 e.p.3). Para Toro (2002), a vivência é a experiência vivida com grande intensidade pelo indivíduo no momento presente, que envolve a “cenestesia”, as funções viscerais e as emocionais. A acepção da palavra “cenestesia” nas vivências integradoras propostas por Toro, está relacionada com um sentimento sistêmico, particularizado em seu conteúdo por um bem estar corporal.  Cunha (2001, p.171), define “cenestesia” como um sentimento difuso, resultante de um conjunto de sensações internas ou orgânicas e é caracterizado essencialmente por bem-estar ou mal estar.  As funções viscerais se referem às atividades de determinados órgãos mediante o sistema nervoso autônomo, tais como o coração e o pulmão. As funções emocionais abrangem respostas dadas pelo sistema límbico e hipotálamo, órgãos do sistema nervoso central, relacionados às emoções e à experiência vivenciada (Toro, 2002). Conforme Schneider (1977) a reação vivencial é a resposta com significado motivada que apresenta um matiz afetivo a uma vivência. De acordo com Góis (2002, p. 80) as vivências inerentes ao ser humano expressam com os tecidos o entrelaçamento da vida com o mundo valorativo-simbólico, que acontecem em um contexto histórico-social. A vivência, de acordo com Ferreira (1977), ocorre em três níveis corporais que estão intrínsicamente relacionados: de forma cognitiva, de forma vivencial e de forma visceral. Sob a dimensão relacional durante a vivência, o participante do grupo pode experimentar um nível de vinculação consigo mesmo, com o outro e com a natureza (Toro, 2002). May (1988, p. 139) também se refere a esses níveis de integração chamando-os de três aspectos simultâneos do mundo – que caracterizam a existência de cada um de nós como um ser no mundo.  O primeiro, o mundo ao redor e o mundo ambiente; o segundo, o mundo dos seres de um mesmo tipo, o mundo dos semelhantes de uma pessoa; e o terceiro, o mundo próprio, o mundo do relacionamento consigo mesmo. Na abordagem da Biodança, as principais características de vivência são (Toro, 2003, 2005): A – Anteriormente a Consciência: as vivências se originam no inconsciente em particular no sistema límbico, e antecedem a consciência podendo se tornar consciente, de forma imediata ou tardia. Por exemplo, em minutos ou em um mês; B – Espontaneamente: as vivências não controladas pela consciência e podem ser evocadas, mas não direcionadas pela vontade; C – Subjetivamente: as vivências pertencem à esfera subjetiva e são expressões da identidade de cada pessoa. As vivências experimentadas são únicas e íntimas. Muitas vezes não podemos modificar nem por gestos nem por palavras; D – De Intensidade Variável: a intensidade das vivências é variável segundo diversos aspectos como a sensibilidade de cada pessoa e o tipo de experiência vivenciada; E – Temporalmente: são produzidas no lapso temporário e são passageiras. Elas constituem experiências de gênese atual, de acordo com o conceito proposto por Alfred Aursperg (Toro, 2002, p. 31) para referir-se à contínua criação de vida que verifica nos organismos vivos; F – Emocionalmente: está juntamente com a vivência, e frequentemente evocam sentimentos, sensações e emoções; G – De Forma Dimensional: cenestesia as vivências e são sempre acompanhadas de sensações cenestésicas, e comportam sensações de poder, alegria, bem estar, erotismo e comprometem todo o organismo. A vivência é a via de acesso ao inconsciente vital, uma proposição (Toro, 2005) que se refere à inteligência celular e que se orienta por sentimento geral e de autoconcentração; H – De Dimensão Antológica: as vivências tem um valor ontológico e comprometem a realidade do ser. São experiências onde pode ocorrer uma conexão absoluta de intimidade com a própria essência e com a percepção de estar vivo; I – De Dimensão Psicossomática: a vivência é um processo de conexão da unidade psicossomática, que está relacionada com o processo de transmutação do psíquico em orgânico, e do orgânico em psíquico. As vivências integradas propostas na Biodança auxiliam uma elevação do grau de harmonização e de vitalização orgânica.   Os participantes que serão submetidos à pesquisa intitulada “Estresse e Biodança”, tema deste trabalho, serão alunos de Biodança. Estes alunos irão responder uma bateria de perguntas (anexo)  através de um formulário impresso, que será devidamente assinado pelo participante. Entre as perguntas a serem respondidas estão: - Qual a sua idade? - Qual a sua profissão? - Quantas horas trabalha por dia? - Possui filhos? - Há quanto tempo é aluno de Biodança? - Quantas vezes por semana você pratica Biodança? - Você possui algum vício, como cigarros ou bebidas alcoólicas?

 

 

Palavras-Chaves -  Estresse- Biodança, Individuo – Emoções – sofrimento e dor física.


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