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ASSÉDIO MORAL COM TRABALHADORES BANCÁRIOS: HUMILHAÇÃO E REAÇÃO.
Vanessa Campos Cezar, Tarlise Santos Jardim

Última alteração: 02-11-2014

Resumo


Este artigo busca identificar as formas de assédio dentro da instituição bancária, assim como as consequências relatadas pelos sujeitos de pesquisa. Portanto o problema de pesquisa configura-se na seguinte pergunta: - Quais os sentidos pessoais profissionais do assédio moral segundo a percepção dos sujeitos trabalhadores do segmento bancário? O problema desdobra-se em perguntas subsequentes: Quais os tipos de assédio identificados no contexto da pesquisa?; Quais os reflexos e repercussões do assédio moral na sua trajetória de vida?; Quais as resistências do trabalhador bancário em relação ao assédio moral?; Como o trabalhador elaborou seu conflito? Através de uma pesquisa qualitativa com sete voluntários foi possível verificar, além do sofrimento, as formas de reação que esses trabalhadores, os sujeitos de pesquisa, encontram para suportar essa horrível demanda. Conforme Espíndula (2006), assédio moral no trabalho pode ser compreendido uma agressão moral, repetida e prolongada que acomete os trabalhadores em situações humilhantes, constrangedoras e de desqualificação no ambiente de trabalho. Essa prática ocorre de forma mais comum, em situações de trabalho onde há relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, nas quais a vítima é geralmente subordinada à pessoa que assedia, não descartando a ocorrência entre colegas do mesmo nível hierárquico. O trabalho gera dinheiro, honra, espaço relacional, pertencimento, mas até que ponto todos estes fatores se tornam menores perante a dor, a tristeza a humilhação e frustração? Nossos sujeitos de pesquisa têm claro que a demanda é maior que suas forças. A partir disto, eles vão articulando uma reação em nome da sobrevivência psíquica e, por vezes, física.  A modo de finalizar nossa reflexão e testemunho desta dor, poderemos, comparar as fases da elaboração do assédio, às fases do luto, criada por  Kubler-Ross (2002); chamamos, este processo de “luto de condição do trabalhador assediado”, onde este sujeito, primeiramente, nega a experiência do assédio, e busca através do isolamento evitar a sua exposição. Ao ver que as perseguições são de fato reais e não cessam, surge, a raiva, que acaba sendo projetada no meio externo, pois o trabalhador sabe que se expressar sua raiva no ambiente do banco, acaba sendo “retirado”. Assim, surge a barganha com o sistema, a busca de outras formas de trocar a dor do assédio. Nesse período, o trabalhador se torna consciente de que é vitima do assédio, mas tenta resistir usando da resiliência, e assim, busca forças e segue. O ponto crucial é a quando suas defesas contra o sofrimento acabam e, a dor física e psicologia se tornam mais fortes. A depressão, então, muda as relações do sujeito com o meio onde ele vive, a família nota mudanças, o trabalho se torna impraticável, e a somatização se torna aguda a ponto de impedir o individuo de trabalhar. A aceitação então se faz consciente, assim começa a busca pelo apoio. Este conceito talvez seja a maior contribuição do ponto de vista psicológico perante este cenário de complexidade e superação.

Palavras Chave: Assédio moral; Trabalho; Banco; Sofrimento.


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