Portal de Eventos da ULBRA., VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENSINO DE MATEMÁTICA - 2017

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FORMAÇÃO DO PROFESSOR INDÍGENA: EM DEBATE O PAPEL SOCIOPOLÍTICO DA MATEMÁTICA
Luci Teresinha Marchiori dos Santos Bernardi, Bruna Larissa Cecco

Última alteração: 15-09-2017

Resumo


O presente trabalho coloca em tela o processo de formação inicial de professores Kaingang no Curso de Licenciatura Intercultural Indígena em Matemática e Ciências da Natureza, ofertado pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó, em Chapecó, SC, Brasil, desde o ano de 2009. Em se tratando da matemática, temos como pressuposto o fato de que todas as culturas humanas produzem conhecimento matemático, e com essa âncora, buscamos tratar das diversidades e conflitos culturais, questionando o papel social da matemática. O estudo tem aporte teórico na Educação Matemática Crítica, que discute o papel sociopolítico da matemática. Propomos pensar a Educação Matemática Indígena com o propósito de potencializar o estudante à luz do cenário de sua cultura, uma educação matemática para o empowerment. Para ressaltar esse potencial, tratamos da matemacia, de forma que o estudante consiga fortalecer-se politicamente. Assim, destacamos a necessidade da reflexão sobre os critérios utilizados na construção dos conceitos matemáticos, percebendo que os resultados matemáticos não são neutros - dependem de seus processos de produção, superando a ideologia da certeza, dada em função do pensamento hegemônico acerca da universalidade da matemática. Os Kaingang mostram-se conscientes no sentido de “ver a si mesmos” como sujeitos afetados pelos processos políticos, mas não se vêem como participantes. Propiciar o empowerment de seus estudantes pode abrir caminhos onde a escola, um dos principais instrumentos usados historicamente para descaracterizar a sua cultura, possa vir a ser um instrumental decisivo na reconstrução e na afirmação das identidades e dos projetos coletivos de vida desse povo.


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