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ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS NO GENE DA ERITROPOETINA COM A RETINOPATIA DIABÉTICA: ESTUDO DE CASO-CONTROLE E METANÁLISE
Luís Fernando Castagnino Sesti, Renan Cesar Sbruzzi, Evelise Regina Polina, Daisy Crispim, Kátia Gonçalves dos Santos

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


A retinopatia diabética (RD) é uma complicação neurovascular e multifatorial, caracterizada por inflamação, isquemia, hipóxia e angiogênese, o que pode resultar na perda de visão. A eritropoetina é um hormônio de crescimento que induz a eritropoiese, inibe a apoptose e tem efeito neuroprotetor. Por outro lado, a eritropoetina tem efeito pró-angiogênico, sua expressão está aumentada na retina de camundongos com retinopatia induzida por oxigênio e pacientes com RD proliferativa apresentam níveis séricos de eritropoetina mais elevados do que aqueles com graus mais leves desta complicação ou que não têm RD. Existem evidências de que três polimorfismos descritos no gene da eritropoetina podem modular a expressão deste gene e podem estar associados com as complicações crônicas do diabetes. Assim, o objetivo deste estudo é verificar se existe associação dos polimorfismos rs1617640 (T>G), rs507392 (T>C) e rs551238 (A>C) no gene da eritropoetina com a RD, por meio de um estudo de caso-controle seguido por uma revisão sistemática e metanálise. Para o estudo de caso-controle foram incluídos 1042 pacientes ambulatoriais com diabetes tipo 2 (DM2) provenientes de três hospitais públicos gaúchos (488 pacientes sem RD, 317 com RD não proliferativa e 237 com RD proliferativa). Os pacientes foram incluídos em dois períodos diferentes (1999 a 2010 e 2015 a 2017). A genotipagem foi feita por PCR em tempo real e as análises estatísticas foram realizadas no SPSS e no WinPEPI. Para a revisão sistemática e a metanálise, a busca pelos estudos pertinentes foi feita nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde, considerando os artigos publicados até agosto de 2020. Após a extração dos dados de cada um dos artigos identificados e seleção final dos artigos elegíveis, a associação entre os polimorfismos no gene da eritropoetina e a RD foi avaliada estimando-se a razão de chances e seu intervalo de confiança de 95%, com base nos modelos de herança genética dominante e recessiva para os alelos de menor frequência. As análises estatísticas foram realizadas no ambiente R. Em relação ao nosso estudo de caso-controle, os alelos de menor frequência tiveram uma prevalência semelhante àquela observada nos estudos internacionais realizados em populações com diferentes origens étnicas, como o TopMed e o GnomAD (G=0,34, C=0,35 e C=0,35 para os polimorfismos rs1617640, rs507392 e rs551238, respectivamente). As frequências genotípicas e alélicas dos três polimorfismos avaliados foram similares entre os pacientes com RD proliferativa, RD não proliferativa e sem RD (p>0,05 para todas as comparações). Quanto à revisão sistemática e metanálise, foram encontrados nove estudos de associação para o polimorfismo rs1617640, sendo que 7 deles foram incluídos na metanálise, além dos pacientes provenientes do nosso estudo de caso-controle, totalizando mais de 5000 indivíduos nesta análise. Para os polimorfismos rs507392 e rs551238 foram encontrados e incluídos na metanálise 5 estudos, além dos pacientes incluídos previamente em nosso estudo. A análise combinada (metanálise) corrobora os resultados da maioria dos estudos individuais, evidenciando que os polimorfismos rs1617640, rs507392 e rs551238 no gene da EPO não estão associados com a RD nos pacientes com DM2. Contudo, análises adicionais utilizando-se outros modelos genéticos devem ser realizadas para confirmar estes resultados.


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