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ANÁLISE PRELIMINAR DOS CASOS AUTÓCTONES DE MALÁRIA NA AMAZÔNIA LEGAL, BRASIL
Nataly Salvatierra Sodré, Eduardo Périco, Nadia Teresinha Schröder, Eliane Fraga da Silveira

Última alteração: 08-11-2021

Resumo


A malária é uma doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários (Plasmodium spp.). No Brasil, cerca de 99% das notificações do país são oriundas da Amazônia Legal. A região é considerada endêmica devido a presença de criadouros adequados ao desenvolvimento do mosquito vetor (Anopheles spp.) em locais próximos às comunidades indígenas, povos ribeirinhos, quilombolas, áreas rurais e periferias urbanas. A pesquisa teve como escopo a caracterização epidemiológica dos casos autóctones de malária na região amazônica do Brasil, no período de 2010 a 2019. Foi conduzido um estudo descritivo sobre os casos notificados nas unidades de federação e áreas especiais (Indígenas, Assentamentos, Garimpo) da Amazônia Legal. Os dados foram buscados nas seguintes fontes secundárias de informação: Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A área do estudo abrangeu os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Para classificar as áreas de transmissão em alto (≥ 50), médio (<50 e ≥10), baixo (<10 e ≥1) e muito baixo risco (<1), a Incidência Parasitária Anual (IPA) foi calculada pela seguinte equação: IPA=casos autóctones por ano de infecção/população residente no mesmo ano*1.000 habitantes. Os dados foram analisados nos softwares Excel Microsoft Office 2019 e QGIS 3.16. De um total de 1.923.546 casos autóctones, o ano de 2010 apresentou o maior registro, com 326.082 (17%) notificações. No mesmo período, o Acre exibiu o maior valor de IPA (IPA=49,5/1.000 hab.) e manteve a classificação de médio risco durante toda a série analisada. A partir de 2012, observou-se uma redução da IPA no Mato Grosso, porém, retornou ao baixo risco em 2019 (IPA=1/1.000 hab.). Em 2013, o Pará e Roraima alteram sua condição de médio para baixo risco. No somatório dos casos, o Amazonas mostrou mais notificações nas Áreas Indígenas (n=191.757) e Assentamentos (n=42.522), enquanto o Pará nos Garimpos (n=76.649). As flutuações na IPA, a estabilidade da doença em zonas fronteiriças e o elevado número de casos em áreas prioritárias reforçam que a malária permanece um desafio para a saúde pública na Amazônia Legal. Assim, visando garantir a integralidade da atenção e uma qualidade de vida aos amazônidas, são necessárias melhorias nas medidas preventivas e de controle.


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