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PEDAGOGIAS CULTURAIS EM AÇÃO: A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS CONTADA PELAS CHARGES DA FOLHA DE S. PAULO
Miguel Santos da Silva, Daniela Ripoll

Última alteração: 22-11-2022

Resumo


De 2020 até o presente, a pandemia do Sars-Cov-2 tem sido fartamente retratada na vida cotidiana pelos meios de comunicação e, notadamente, por meio de piadas e charges – como uma forma de “alívio” e de contestação política em meio ao caos da indeterminação instaurado pelo coronavírus. Esta pesquisa, inscrita no campo dos Estudos Culturais em Educação e articulada aos Estudos de Mídia e aos estudos de Sírio Possenti sobre o humor, tem o objetivo de explorar as representações sobre a condução da pandemia do coronavírus no Brasil em um conjunto de 287 charges publicadas entre fevereiro de 2020 e junho de 2021 (quando o Brasil atinge a marca de 500 mil mortos) no jornal Folha de S. Paulo. A escolha pela Folha se deu por tratar-se de um dos principais jornais de grande circulação do Brasil, com mais de 100 anos de tradição jornalística. Os resultados mostram que a pandemia – enquanto evento biológico – é secundária, servindo como “pano de fundo” para os chargistas abordarem as ações e medidas adotadas pelo governo Bolsonaro, imbricando temas científicos, sociais, econômicos sobre o presente. É importante destacar que as charges posicionam o Governo Federal e os militares como os principais atores sociais envolvidos na pandemia - e o Presidente Jair Bolsonaro como um agente de propagação do vírus e das mortes. Além disso, o humor, nas charges analisadas, funciona como veículo para a abordagem de temas considerados tabu, já que possui permissões (que outros gêneros não teriam) para fazer surgir, ao seu modo, diferentes debates sobre o Governo e seus múltiplos atores - mas, principalmente, para problematizar a figura do presidente.

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