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Procedimentos anestésicos-cirúrgicos em neonatos sempre são um desafio. A dificuldade de metabolização de fármacos, imunidade pouco desenvolvida e manutenção de temperatura, glicemia e perda de volumes são alguns dos fatores determinantes para o sucesso do caso. O objetivo desse trabalho é relatar o caso de 2 felinos com menos de 24 horas de vida que passaram por procedimento cirúrgico de amputação alta. Foi atendido no HV-ULBRA uma fêmea felina de 1 ano de idade, que havia entrado em trabalho de parto na noite anterior e parido 6 filhotes. A tutora encontrou 4 dos filhotes enrolados entre si, interligados através do cordão umbilical e fios de cabelo. No atendimento, foi possível desenrolar e soltar as estruturas, evitando evisceração dos filhotes e separandoos. Porém, 2 deles apresentavam inviabilidade do membro posterior, decorrente de necrose isquêmica gerada por garroteamento. Foram encaminhados para cirurgia de amputação alta, a fim de tratar as lesões irreparáveis, evitar mutilações e infecções posteriores. Realizou-se indução anestésica com anestésico volátil isoflourano e oxigênio através de máscara. Apresentando plano anestésico, foi realizado bloqueio do nervo isquiático e do plano subcutâneo da região de incisão, utilizando anestésico local lidocaína sem vasoconstritor. Na mesa cirúrgica, foram mantidos tapete térmico e bolsas de água quente para garantir manutenção da temperatura dos pacientes. A monitorização foi realizada através de aferição de frequência cardíaca e pulso com doppler, oxímetro de pulso mantido no membro anterior e temperatura aferida com termômetro de extremidades. Os pacientes apresentaram boa recuperação anestésica e evolução clínica favorável através de terapia de suporte com antibioticoterapia, manejo de ferida nos pontos em que houveram deiscência e auxílio no manejo alimentar.