Portal de Eventos da ULBRA., XII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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Juliomys ossitenuis e Juliomys sp (Rodentia, Sigmodontinae) no extremo Sul do Brasil
Alexandre Uarth Christoff

Última alteração: 26-10-2012

Resumo


Juliomys incluem ratos arborícolas, com focinho avermelho, endêmicas da Mata Atlântica, que se distribuiem desde Minas Gerais e Espírito Santo no sudeste ao Rio Grande do Sul, no Brasil, à província de Misiones, no nordeste da Argentina. Juliomys foi descrito recentemente (2000), na atualidade inclui três espécies viventes e um sigmodontíneo extinto, Calomys anoblepas Winge, 1887, recentemente transferido ao gênero. Nossos resultados partem de uma amostra de oito espécimes depositados na Coleção de Mamíferos do MCNU, Amostra. Cinco espécimes procedentes de Cambará do Sul, Parque Nacional dos Aparados da Serra, quatro de São Francisco de Paula; fragmentos em egragópilo de Tyto alba procedentes de Santa Maria, Bom Jesus, Nova Roma do Sul e Muitos Capões (RS) e Campo Belo do Sul (SC). Cinco medidas corpóreas e 17 cranio-dentárias aferidas sob estereomicroscópio (precisão de 0,01 mm). A reconstrução filogenética foi obtida utilizando-se os primeiros 810 pb correspondente ao gene da citocromo oxidase b (Cyt b), na qual foram incluídas 15 sequências relacionadas a espécies de Juliomys depositadas no GenBank (5 J. pictipes, 2 J. rimofrons, 8 J. ossitenuis), 3 Juliomys sp. (Cambará do Sul), 2 Juliomys sp. (São Francisco de Paula) e duas representando grupos externos (Oligoryzomys microtis e Rhagomys rufescens). Características anatômicas, gênicas (Cyt b) e do cariótipo permitem reconhecer esse táxon como uma espécies não formalmente descrita na literatura científica.– Juliomys sp. (2n=32, NA 48) ocorre em Cambará do Sul (RS/Parque Nacional dos Aparados da Serra, Floresta Ombrófila Mista) e J. ossitenuis em São Francisco de Paula. Espécimes relacionados a Juliomys foram identificados em egagrópilo em outras localidade. As análises anatômicas e moleculares permitem distinguir Juliomys sp das outras espécies do gênero e reconhecer os exemplares de São Francisco de Paula como um Juliomys. A informação citogenética por si só é suficiente para distingui-lo das outras espécies do gênero. Distingui-se de J. pictipes (2n=36, NFa=34) por apresentar forame incisivo mais curto, não ultrapassando o bordo anterior do M1, e de J. rimofrons (2n=20, NFa=34) por não apresentar a sutura entre os ossos frontais anteriormente aberta e de J. ossitenuis (2n=20, NFa=36) e pelos resultados nas análises de afinidades moleculares. Os caracteres anatômicos estão sendo apurados. Análise da reconstrução filogenética permitiu verificar a formação de um agrupamento bem consistente com os demais Juliomys (bootstrap > 80%), internamente, verifica-se a formação de quatro clados correspondentes a J. ossitenuis {J. pictipes (J. rimofrons e Juliomys sp.)}. Em nossas análises as sequencias dos espécimes procedentes de São Francisco de Paula agrupam com as sequencias depositada no GenBank atribuída ao tipo de J. ossitenuis e espécimes relacionados. Os resultados ampliam a distribuição de J. ossitenuis.