Portal de Eventos da ULBRA., XIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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Prevalência e fatores de risco para infecção por hepatite C em pacientes com HIV/Aids em Canoas
Jorge Umberto Béria, daniel simon, Rafael Tomoya Michita, Daniela Cardoso Tietzmann, Airton Tetelbon Stein, Vagner Ricardo Lunge

Última alteração: 07-01-2014

Resumo


Estima-se que 34 milhões de pessoas estão contaminadas pelo HIV, 360 milhões pelo HBV, 150 milhões pelo HCV e, sendo que as doenças decorrentes estão entre as 10 principais causas de morte por infecção no mundo. Em indivíduos infectados com HIV, estima-se que globalmente 5-15%  tem co-infecção crônica com HBV e aproximadamente 33% tem co-infecção crônica com HCV. Estudo transversal foi realizado com 580 pacientes HIV positivos, maiores de 14 anos, em atendimento no SAE de Canoas/RS. Foi utilizado um questionário desenvolvido para o presente estudo, baseado em Tietzmann e no instrumento do Inquérito Nacional da Prevalência das Infecções pelos Vírus das Hepatites A, B e C nas Capitais Brasileiras. Para transtornos pelo uso do  álcool foi utilizado o AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test)  validado para o Brasil. Foram analisados marcadores para infecções por HBV, HCV e HTLV. Os marcadores analisados para o HCV foram HCV-RNA e anti-HCV. As pesquisas de anti-HCV foram realizadas em amostras de plasma dos pacientes com kits de reagentes para ELISA da empresa Human do Brasil. As pesquisas de HCV-RNA foram realizadas por técnicas de PCR específicas  a partir das amostras de plasma. Amostras positivas para HCV-RNA foram submetidas à genotipagem. Todos os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da ULBRA. Os dados foram digitados duplamente através do EPIDATA 3.1 e a análise estatística realizada no SPSS 18.0. a. Observou-se que  55% dos pacientes eram mulheres e a média de idade foi 40,6 anos. O uso de antiretrovirais era mais alto em homens (p=0,028) e a prática sexual predominante era heterosexual (96,6% em mulheres e 74,7% em homens) p <0,001).  Quanto a média de parceiros sexuais no último ano, mulheres  (1,2) e homens (6,4), (p<0,001). O uso de droga injetável foi referido por 2,8% das mulheres e 20,7% dos homens (p<0,001). 23,8% dos pacientes tiveram Infecção prévia por HCV (anti-HCV positivo) e 17,9 eram cronicamente infectados (HCV-RNA positivo). Quanto ao genótipo, 60,6% dos pacientes com hepatite C apresentavam o 1, 34,6% o 3 e 4,8% o 2. Análise multivariada foi realizada com as variáveis que apresentaram associação na bivariada (cor da pele, escolaridade, transtornos pelo uso do álcool, drogas fumadas, drogas injetadas e aspiradas). Para o total da amostra, significancia estatística foi observada somente para transtornos pelo uso do álcool, drogas fumadas e injetadas. Variáveis associadas com co-infecção HIV/hepatite C foram diferentes em homens e mulheres.  Drogas fumadas  (razão de prevalencia RP 2.09; IC 95%: 1.32-3.31) e injetadas  (RP 2.83; IC 95%: 1.94-4.14) foram associadas  em homens enquanto que transtornos pelo uso do álcool (razão de prevalência RP 2.70; IC 95%: 1.61-4.54) e drogas injetáveis (RP 4.48; IC 95%: 2.72-7.37) em mulheres. Estes resultados sugerem que transtornos pelo uso de álcool, o uso de drogas fumadas e injetáveis podem explicar parte da transmissão de hepatite C em pacientes com HIV, sendo de importância para o delineamento de medidas preventivas.

 

 

 


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