Portal de Eventos da ULBRA., XIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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VIOLÊNCIA FÍSICA E RELACIONAL ENTRE ESCOLARES DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Denise Aerts, Gehysa Guimarães Alves, Sheila Câmara, Stephanie Addison

Última alteração: 07-01-2014

Resumo


A escola é um espaço de construção de saberes, de convivência e de socialização das crianças e dos adolescentes. Porém, muitas vezes, é na própria escola que o jovem vivencia situações de violência que comprometem sua qualidade de vida e seu aprendizado. Tristemente, é também dentro da própria família que crianças e adolescentes experienciam a violência física e relacional. Essa exposição, independente do local e dos agressores, pode trazer severas conseqüências para a vida do jovem.  Em função disso, o presente trabalho teve como objetivo estudar a violência física e relacional em adolescentes escolares do 8° ano do ensino público, da região Norte, e, mais especificamente, investigar o perfil da vitima segundo características demográficas e psicofamiliares, e de seu agressor. Para tanto, foi realizado um estudo transversal, intitulado “A Saúde do Escolar da Rede Pública de Ensino na Região Norte – Brasil”, nas cidades de Ji-Paraná e Porto Velho, em Rondônia, e Santarém, no Pará. Foram investigados 2227 alunos que tiveram seus dados coletados em sala de aula com o auxílio de instrumentos autoaplicáveis: 1) questionário sobre a atividade física e a situação econômica; 2) questionário referente a características familiares, psicossociais e estilo de vida, baseado no Global School-Based Student Health Survey; e 3) body shape questionnaire (BSQ), avaliando a percepção da imagem corporal. As análises estão sendo realizadas com o auxílio da estatística descritiva e da regressão de Cox para estudos transversais. Os resultados são ainda preliminares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos e Animais da ULBRA (2009-251HF). Entre os jovens investigados, 40,5% referiram terem vivenciado alguma situação de intimidação, agressão, assédio ou discriminação; 26,8% vivenciaram essa situação entre 5 e 11 anos. Entre os que referiram essa experiência, 60,4% a vivenciaram nos últimos 30 dias. Quando perguntados sobre o que pensam sobre quem pratica esse tipo de violência, 21,6% referiram que “não pensam nada”, 37,6% sentem pena dos agressores, 38,7% não gostam deles e 1,2% afirmaram que gostam. Em relação à responsabilidade sobre as agressões, 51,6% referiram que é de quem agride, 26,3% dos pais dos agressores e 17,1% da direção da escola. Também foram perguntados sobre sua condição de agressores, 26% responderam que, em algum momento, já intimidaram, agrediram, assediaram ou mal trataram alguém. Nos últimos 30 dias, 21,3% referiram terem se envolvido em brigas. Ainda que os resultados sejam preliminares, percebe-se a magnitude do problema da violência e a importância da escola em sua identificação no ambiente escolar e no desenvolvimento de ações de promoção da saúde dos escolares e de coibição deste tipo de comportamento.


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