Portal de Eventos da ULBRA., XIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

Tamanho da fonte: 
Efeito da progesterona exógena de longa ação na expressão de receptores para estrógeno e progesterona no endométrio da égua
Eduardo Malschitzky, Roberta Webwer Reis, Diego Felipe Adams, Anamaria Telles Esmeraldino, Tamara Viecelli Perizzollo, Gabriela Kaeblisch Machado, Paulo Ricardo Aguiar

Última alteração: 25-02-2014

Resumo


A espécie equina é aquela de placentação mais tardia dentre as espécies domésticas. Até pelo menos o 34º dia de gestação, o embrião equino é mantido pela secreção endometrial, que é regulada basicamente pelos níveis hormonais de estrógeno e progesterona. Os receptores para os hormônios esteroides presentes no endométrio são os responsáveis pelo reconhecimento do estado hormonal da égua pelo endométrio. A secreção endometrial de éguas em anestro é diferente daquela de éguas em diestro e um período de diestro anterior a primeira cobertura do ano, resulta em taxas melhores de prenhez e menores taxas de perdas gestacionais, em éguas saindo do anestro invernal.. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a expressão dos receptores para estrógeno e progesterona no endométrio de éguas em anestro, em resposta à administração de progesterona exógena de longa ação. Quatro éguas crioulas em anestro invernal, com idade entre 6 e 10 anos, foram utilizadas. As éguas foram examinadas clinicamente através de palpação retal e utrassonografia, a fim de confirmar a ausência de atividade ovariana. Amostras de endométrio foram coletadas através de biópsia, nos dias zero (início o tratamento co  progesterona), 28 (após 4 aplicações semanais de progesterona) e 56 (após 8 aplicações de progesterona). As biópsias foram analisadas no Laboratório de Patologia Animal do Hospital Veterinário ULBRA, segundo a classificação de (Kenney e Doig, 1986). A avaliação dos receptores foi realizada através de imunohistoquímica, pela técnica de Peroxidase – anti-peroxidase, sendo o resultado expresso em escala crescente de 1 a 3, de acordo com a intensidade de coloração e a proporção de células coradas no epitélio luminal, estroma e epitélio glandular. O tratamento com progesterona exógena, por 8 semanas, resultou numa expressão significativamente maior de receptores para progesterona no estroma do endométrio (p=0,04). Uma tendência a maior expressão (p=0,09) foi observada para receptores de estrógeno no epitélio luminal das éguas após as 8 semanas de tratamento. Não foram observadas diferenças nos demais segmentos avaliados em qualquer dos tempos avaliados, para ambos os receptores. Uma vez que o estroma parece estar envolvido na regulação dos demais segmentos do endométrio, a maior expressão dos receptores para progesterona, após o período do tratamento, sugere que a utilização de progestágenos, ao final do anestro de inverno possa resultar num endométrio mais capaz de manter uma gestação, no primeiro ciclo da temporada reprodutiva. Mai estudos são necessários, para a confirmação desta hipótese.