Portal de Eventos da ULBRA., XIV FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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TRAUMATISMOS DENTÁRIOS NA INFÂNCIA: ESTUDO DE COORTE NO SUL DO BRASIL
Tássia Silvana Borges, Renata Rocha Maciel, Rebeca Barbeta, Márcia Regina Vítolo, Carlos Alberto Feldens

Última alteração: 22-10-2014

Resumo


Traumatismos dentários são injurias térmicas, químicas ou físicas que afetam os dentes ou estruturas adjacentes. Traumatismos são muito frequentes na infância devido à relação entre fatores de crescimento, desenvolvimento físico e psíquico, havendo menor coordenação motora para evitar quedas. Compreender a distribuição de frequências nos diferentes traumatismos dentários pode contribuir para a elaboração de estratégias preventivas e de tratamento bem como para a organização de serviços de saúde. O objetivo deste trabalho foi verificar a incidência de traumatismos dentários e relatar os tipos mais frequentes. A pesquisa de Nutrição e Saúde na Infância de Porto Alegre-RS acompanhou uma coorte com 715 pares mãe-filho, captados de unidades básicas de saúde. A coorte ao nascimento investigou associação entre dados sociodemográficos e alimentação infantil, com informações de saúde geral e saúde bucal, prospectivamente coletados. Em relação à saúde bucal, foram coletados dados de 458 crianças com 2 a 3 anos de idade. Dois dentistas foram treinados e calibrados para a coleta, realizada com luz artificial. Traumatismos dentários foram classificados de acordo com Andreasen, incluindo avaliação de tecidos moles (fístula/edema), tecidos duros (fraturas de esmalte/esmalte e dentina ou polpa), estruturas de sustentação (subluxação/luxação lateral/luxação intrusiva/luxação extrusiva/avulsão) e alteração de cor da coroa. Os dados foram analisados pelo programa SPSS 20.0, apresentando frequências absolutas e relativas. Resultados: A maioria das famílias (305/458;66,4%) tem renda total de até 3 salários mínimos, sendo que 317 (69,1%) mães apresentam escolaridade menor ou igual a 8 anos. A incidência de traumatismos foi de 31,0%, sendo mais prevalente no sexo masculino (82/458;36,1%). O traumatismo dentário mais frequente foi fratura de esmalte (160/177; 90,40%), seguido da fratura envolvendo esmalte e dentina (11/177; 6,21%). Traumatismos de tecidos de sustentação (3/177; 1,70%), tecidos moles (2/177; 1,12%) e alteração de cor da coroa (1/177; 0,57%) tiveram uma menor incidência. O grupo dental mais afetado foi dos incisivos centrais superiores (133/177; 75,14%), seguido dos incisivos laterais superiores (26/177; 14,70%). Incisivos laterais inferiores (9/177; 5,08%), incisivos centrais inferiores (8/177; 4,51%) e caninos inferiores (1/177; 0,57) foram os menos afetados. Conclusão: A incidência de traumatismos dentários encontrada nesta população é alta, porém, as mais frequentes foram fraturas de esmalte, o que indica uma menor gravidade do traumatismo. Fraturas consideradas mais graves, envolvendo dentina e polpa, tecido mole e de sustentação foram observadas em menor frequência. Avaliar a incidência de traumatismos dentários na infância é de suma importância, tanto para auxiliar em programas de tratamento já existentes, quanto para subsidiar dados no desenvolvimento de projetos que trabalhem com a prevenção deste agravo.


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