Portal de Eventos da ULBRA., XIX FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (CANOAS)

Tamanho da fonte: 
ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS NA PIOMETRA EM CANINA ATENDIDA NO HOSPITAL VETERINÁRIO ULBRA CANOAS – RELATO DE CASO
Francieli Taís Dona, Patricia Silva Rodrigues, Andressa Cardoso de Carli Oliveira, Fernanda Tagliari, Fabiane Prusch

Última alteração: 10-09-2019

Resumo


Palavras chave: piometra, ultrassonografia, ovariohisterectomia.

Introdução

Piometra é uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo de pus no lúmen uterino oriunda de uma hiperplasia endometrial cística associada a uma infecção bacteriana (KINNS & NELSON, 2014).[1] A drenagem uterina é impedida pela inibição da contratilidade miometral pela progesterona durante a fase luteínica do ciclo estral permitindo a colonização bacteriana (MACPHAIL, 2014).[2] Pode ocorrer de duas formas: piometra aberta (com secreção vaginal) ou piometra fechada (sem secreção vaginal). O tratamento de ambas é através da ovariohisterectomia ou através de fármacos antagonistas de progesterona (NELSON & COUTO, 2006).[3]

Relato de caso

Foi atendido no Hospital Veterinário da Ulbra um canino, fêmea, 7 anos de idade, não castrada, sem raça definida, com histórico de aumento abdominal e secreção vulvar há 6 meses.. Havia relato do uso de progestágenos para controle do cio. Ao exame físico apresentava prostração, com leve desidratação e temperatura retal de 38,5º, ausculta cardíaca e respiratória sem alteração. No exame ultrassonográfico a parede do útero encontrava-se espessada medindo 5,9 cm, e o conteúdo era ecogênico. O endométrio apresentava-se espesso com presença de estruturas císticas multifocais anecogênica. Não foi possível distinguir camadas murais na parede uterina, permitindo a diferenciação com segmentos próximos de intestino delgado. Com base nesses achados, o diagnóstico final foi de piometra. A paciente teve a anormalidade corrigida através de ovariohisterectomia.

 

Discussão

O acúmulo de fluido no lúmen uterino não determina o diagnóstico definitivo de piometra, sendo que hidrômetra e mucometra podem apresentar a mesma aparência, contudo, essas condições podem evoluir para piometra (KINNS & NELSON, 2014).[4] O estrógeno aumenta o número de receptores de progesterona no útero, o que explica o aumento de incidência de piometra em animais que recebem estrógenos exógenos durante o diestro para impedir gestação (NELSON & COUTO, 2006).[5] Em casos de piometra de cérvix fechada os exames ultrassonográficos, e os exames laboratoriais são fundamentais para concluir o diagnóstico (OLIVEIRA, 2007).[6] O aumento na celularidade resultante de infecções ocasiona aumento da ecogenicidade do fluido nas imagens ultrassonograficas (HECHT, 2011).[7] O tratamento clínico só deve ser considerado para animais metabolicamente estáveis e de alto valor genético (MACPHAIL, 2014)[8], A ovariohisterectomia (OSH) é o tratamento de eleição principalmente em casos de piometra fechada. A recuperação após o tratamento cirúrgico é rápida e sem riscos de recidivas (BIGLIARDI, et al., 2004).[9]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


[1] KINNS, J. & NELSON, N. Útero, ovários e testículos. In: THRALL, D. E. Diagnóstico de radiologia veterinária. 6. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2014. p. 761-762.

[2] MACPHAIL C. M. Cirurgia dos sistemas reprodutivo e genital in: FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2014. p. 2313 - 2314.

[3] NELSON R. W. & COUTO C. G. Distúrbios da vagina e útero in: Fundamentos da medicina interna de pequenos animais. Rio de janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2006, p. 486 - 487.

 

[4] KINNS, J. & NELSON, N. Útero, ovários e testículos. In: THRALL, D. E. Diagnóstico de radiologia veterinária. 6. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2014. p. 761-762.

[5] NELSON R. W. & COUTO C. G. Distúrbios da vagina e útero in: Fundamentos da medicina interna de pequenos animais. Rio de janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2006, p. 486 - 487.

[6] OLIVEIRA, K. S. Complexo Hiperplasia Endometrial cística. Acta Scientiae Veterinarie n. 35, 2007, p. 270 - 272.

[7] HECHT, S. Trato reprodutivo feminino. In: PENNINCK, D.& D'ANJOU, M. Atlas de ultrassonografia de pequenos animais. Rio de Janeiro: Guanabara, 2011, p. 279-289.

[8] MACPHAIL C. M. Cirurgia dos sistemas reprodutivo e genital in: FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2014. p. 2313 - 2314.

[9] BIGLIARDI, E. et al. Ultrasonography and cystic hyperplasia – pyometra complex in the bitch. Reproduction Domesticate Animal. V.39, p. 136-140, 2004.

 


Texto completo: POSTER