Portal de Eventos da ULBRA., XIX FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (CANOAS)

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DELIRIUM EM IDOSOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PÓS-OPERATÓRIA: UM ESTUDO RETROSPECTIVO
Luana Saibro Castro, Martha Eliana Waltermann

Última alteração: 10-09-2019

Resumo


Introdução: O delirium é conceituado como uma síndrome cerebral orgânica que resulta em manifestações neuropsiquiátricas, caracterizado por alterações do estado de consciência transitórias e flutuantes. Sendo representado como uma das principais complicações pós-cirúrgicas, podendo ocorrer em até 60% dos casos. Objetivos: Determinar a prevalência de casos de delirium como complicação pós-operatória em idosos em uma Unidade de Terapia Intensiva Pós-Operatória de um hospital universitário, assim como analisar e compreender o perfil desses indivíduos e daqueles que tiveram achados clínicos sugestivos de delirium. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo transversal de abordagem quantitativa de caráter descritivo exploratório realizado na Unidade de Terapia Intensiva Pós-Operatória (UPO) do Hospital Universitário de Canoas/RS, no período de dezembro de 2017 a março de 2018. Para coleta de dados foram utilizados registros dos profissionais médicos e enfermeiros nos prontuários impressos e eletrônicos dos pacientes com idade igual ou superior a 60 anos que pudessem preencher critérios de achados clínicos sugestivos de delirium, segundo a escala Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit (CAM- ICU) ou com diagnóstico já estabelecido. Logo, a amostra constituiu-se de 107 idosos. Para análise dos dados foi utilizado o programa SPSS 21.0. Resultados e Conclusões Finais: A prevalência de delirium como complicação pós-operatória foi constatada em 8 casos (7,48%), conquanto que 19 idosos (17,76%) apresentaram achados clínicos sugestivos de diagnósticos de delirium e 80 pacientes (74,77%) não apresentaram a síndrome. Verificou-se que a presença e/ou suspeita de delirium teve associação significativa em relação ao custo e o tempo de permanência na UPO e na internação hospitalar. A quantidade de medicações de uso diário anteriores a hospitalização foi mais elevada no grupo com delirium e resultou em uma significativa correlação entre as variáveis. Quanto aos procedimentos cirúrgicos e cirurgias, foi demonstrada associação estatisticamente significativa com os pacientes que apresentaram critérios clínicos sugestivos de delirium com a cirurgia cardíaca e vascular e o tempo de duração do procedimento. Conclui-se que os resultados evidenciaram uma baixa prevalência de delirium em idosos na UPO e um percentual cerca de duas vezes maior para pacientes com achados clínicos sugestivos sobre a síndrome. Diante disso, o perfil demonstrado nesse estudo favoreceu para elucidar possíveis fatores de risco que podem contribuir para práticas de prevenção e monitorização do delirium. Por conseguinte, verificou-se a necessidade da avaliação sistemática de delirium a fim de aprimorar a identificação precoce e destinar um melhor tratamento àqueles com essa complicação pós-operatória ou com risco em apresentá-la.

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