Portal de Eventos da ULBRA., XIX FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (CANOAS)

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ANESTESIA EM PACIENTE SEPTICÊMICO FELINO: UM RELATO DE CASO
Simone Stefani Miranda Cruz, Ana Julia Casagrande Duranti, Leandro Fadel

Última alteração: 10-09-2019

Resumo


ANESTESIA EM PACIENTE SEPTICÊMICO FELINO: UM RELATO DE CASO


Cruz, S.S.M., Duranti, A.J.C., Fadel, L.


Palavras-chaves: Anestesia, felino, sepse.

Introdução: Chegou para atendimento no hospital veterinário em Novo-Hamburgo/RS, um felino fêmea, seis meses, 1,45Kg com histórico de trauma no membro posterior direito e necrose extensa. Foi realizado hemograma e constatou-se que o paciente estava em sepse. Após tentativas ineficazes de recuperação do membro, foi encaminhada para cirurgia de amputação. A sepse é uma síndrome complexa causada pela resposta inflamatória sistêmica descontrolada do indivíduo, de origem infecciosa, caracterizada por manifestações múltiplas (Carvalho et al, 2003).Objetivos: Descrever a anestesia em paciente felino septicêmico apresentando as particularidades e diferenças na espécie. Metodologia: A paciente estava com tratamento terapêutico de metadona(0,07ml/Kg),dipirona(10ml/Kg),maxicam 0,2%(0,02ml/Kg),metronidazol(13ml/Kg),clavacilin (7,7ml/Kg) e infusão continua de noraepinefrina (0,5mg/Kg/h) em NaCl 0,9% com KCl 1,34mEg/Kg/h. Na avaliação pré-anestésica, demostrou FC de 180bpm, mucosas ictéricas, FR de 40mpm, TR de 37,7 °C, classificada como ASA IV e tinha dor intensa. Não foi realizada medicação pré-anestésica, pois apresentava-se muito debilitada. A indução anestésica foi com cetamina(2ml/Kg),fentanil(0,6ml) midazolam(0,1ml/Kg) e propofol(1mg/Kg) e bloqueio cricotireoideo com lidocaína(0,1ml) para intubação. A manutenção foi feita com o isoflurano e infusão continua de cetamina (0,6ml/kg/h) e fentanil (5mcg/Kg/h) com taxa de 0,72ml/h diluídos em NaCl 0,9% em uma seringa de 20ml. No trans-anestésico a temperatura diminuiu para 34°C, o etC02 40-90, pressão média 50-60, oximetria 98% e a FC entre 224 e 170bpm, a paciente ficou em ventilação mecânica durante o procedimento. Discussão e Resultados: No pós-anestésico imediato a paciente apresentou 34,4 °C de temperatura, se manteve em infusão de noraepinefrina e dopamina para manutenção da pressão arterial, e o protocolo terapêutico anterior a cirurgia. A dopamina pode ser utilizada em pacientes com baixo risco de desenvolvimento de taquiarritmias e bradicardia.(Dellinger et al., 2013). O diagnóstico de sepse se confirmou pelo quadro clínico geral e hematológico. Nos exames, foi evidenciado anemia normocítica normocrômica, neutrófilos tóxicos, metamielocitos e bastonetes, também uma linfopenia.  Segundo a Chacar, 2014 o diagnóstico de sepse ou sepse grave é baseado principalmente nos achados clínicos. Quanto às alterações laboratoriais esperadas em felinos com sepse, a anemia é um achado comum relacionado às doenças inflamatórias nesta espécie. A icterícia pode ocorrer e se associa com a hemólise. Conclusões finais: A sepse nos felinos se apresenta com hipotensão, bradicardia e hipotermia, caracterizando a tríade da morte dos felinos(Radaeli, 2005). No caso apresentado, durante a anestesia o paciente apresentou hipotensão e hipotermia sem apresentar bradicardia. A sepse é difícil de ser diagnosticada e independe do sexo e raça (Chacar, 2014), na anestesia desses pacientes existe um maior risco de óbito.

Referências bibliográficas:

Carvalho, P.R.A et al. Avanços no diagnóstico e tratamento da sepse. Jornal de Pediatria - Vol.79, Supl.2, 2003.

Chacar FC. et al. Sepse em Felinos. Vet. e Zootec. 2014 mar.; 21(1): 64-76.

Barbosa et al. Fisiopatologia e terapia do cão com sepse: revisão. PubVet. v.10, n.1, p.13-20, Jan., 2016.

Redaeli R. Choque em felinos [trabalho de conclusão de curso]. Porto Alegre: Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2005.

 

 

 

 

 


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