Portal de Eventos da ULBRA., XVII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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GRÃOS DE PÓLEN DE GRAMÍNEAS INTRODUZIDAS NO RIO GRANDE DO SUL UTILIZADAS COMO INDICADORES POLÍNICOS ANTRÓPICOS
Jefferson Nunes Radaeski, ANDREIA CARDOSO PACHECO EVALDT, Soraia Girardi Bauermann

Última alteração: 10-09-2017

Resumo


As gramíneas têm seu uso para alimentação conhecido no Brasil e no mundo. O milho, que representa hoje 21% da nutrição humana foi modificado há 9 mil anos a partir do teosinto. Muitos povos indígenas cultivaram o milho na América do Sul para alimentação da tribo. No Brasil, várias espécies de gramíneas de origem africana foram introduzidas acidentalmente no período colonial ou propositalmente, para utilização como forrageiras. Os estudos palinológicos podem reconstituir a vegetação do passado, mas, devido à similaridade dos grãos de pólen de gramíneas, até o presente momento somente o milho (Zea mays L.) pode ser identificado com segurança nos estudos polínicos. O objetivo do estudo aqui apresentado é identificar e descrever os grãos de pólen de espécies exóticas cultivadas de Poaceae. Os grãos de pólen foram coletados de exsicatas e processados pelas técnicas usuais de palinologia (acetólise). São apresentadas descrições morfológicas de 14 espécies exóticas da família Poaceae com ocorrência no Rio Grande do Sul: Oryza sativa L. (arroz); Avena sativa L.(aveia); Avena strigosa Schreb.(aveia-preta); Briza minor L. (capim-treme-treme); Holcus lanatus L. (capim-lanudo); Poa annua L. (pé-de-galinha, pastinho-de-inverno); Lolium multiflorum L. (azevém); Lolium temulentum L. (joio); Secale cereale L. (centeio); Triticum sp. L. (trigo); Cenchrus clandestinus (Hochst. ex Chiov.) Morrone (kikuio); Urochloa arrecta (Hack. ex T.Durand & Schinz) Morrone & Zuloaga (braquiária-do-brejo); Zea mays L. (milho) e Eragrostis plana Nees (capim-annoni). Todas as espécies apresentaram grãos de pólen com forma esférica e abertura monoporada, porém foram observadas variações nos tamanhos dos grãos de pólen e das aberturas. A integração dos dados morfométricos e descritivos estabeleceu três tipos polínicos distintos sendo assim, possível identificar espécies de gramíneas exóticas em amostras sedimentares. O mapeamento do cultivo de gramíneas exóticas no Holoceno Tardio, através dos tipos polínicos aqui estabelecidos, permitirá reconhecer a interferência humana na paisagem e a adoção de ações de manejo que estimulem a manutenção dos processos evolutivos naturais.


Palavras-chave


Palinologia, Poaceae, ocupação humana

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