Este relato apresenta os resultados de uma intervenção grupal de natureza operativo-terapêutica desenvolvida com participantes da Oficina de Papel Reciclado e Artes da Associação Canoense de Deficientes Físicos (Acadef), em Canoas/RS. O objetivo foi analisar o impacto de atividades artísticas mediadas em grupo na promoção da interação social, expressão emocional e fortalecimento da autoestima, com base nas abordagens de Pichon-Rivière e Carl Rogers. A intervenção ocorreu em cinco encontros quinzenais, realizados entre abril e junho de 2025, envolvendo oito homens adultos com diferentes deficiências físicas. As dinâmicas propostas — inspiradas em metodologias participativas e nos Círculos de Cultura de Paulo Freire — incluíram práticas de autoconhecimento, reconhecimento mútuo e expressão artística, promovendo um ambiente de acolhimento e valorização da individualidade. Os resultados evidenciaram avanços na coesão grupal, no empoderamento subjetivo e na ressignificação das experiências pessoais. Os participantes relataram melhora na autoestima, maior sentimento de pertencimento e reconhecimento de suas potencialidades. Conclui-se que intervenções grupais mediadas pela arte, pautadas na escuta empática e na valorização da singularidade, constituem espaços potentes de inclusão social, autoconhecimento e superação de estigmas, contribuindo para o bem-estar emocional e social dos indivíduos com deficiência física.

Palavras-chave: intervenção psicossocial; deficiência física; arte; empoderamento; expressão emocional.