Tamanho da fonte:
SIMULADOR DE BAIXA COMPLEXIDADE EM VIDEOLAPAROSCÓPICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA E AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE UMA OFICINA PRÁTICA PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA
Última alteração: 16-11-2025
Resumo
A transição do conhecimento teórico para a prática cirúrgica é um desafio da formação médica, dadas as limitações do ensino tradicional e a exigência de segurança do paciente. Os simuladores de baixa fidelidade permitem treino estruturado em ambiente controlado, viabilizando o aprendizado de técnicas básicas com baixo custo e amplo alcance. Pretende-se relatar e avaliar a Oficina Hands On Surgery, promovida pela Liga de Cirurgia Geral da Ulbra, como estratégia complementar ao ensino médico por meio de simuladores de baixa complexidade para desenvolver habilidades cirúrgicas fundamentais. Construiu-se um simulador de videolaparoscopia por engenharia reversa e prototipagem rápida, modelado no SolidWorks e impresso em PLA. A caixa acrílica foi cortada manualmente. Conectores impressos replicaram o fulcro e sustentaram portais de acesso e suporte de câmera. O sistema de visualização integrou câmera endoscópica simples, iluminação por LED e tablet Samsung Tab S7 como monitor. As pinças foram disponibilizadas pela Liga. As tarefas de treinamento contemplaram exercícios padronizados de destreza e coordenação, com manipulação de pequenos objetos sob visão indireta bidimensional. Participaram 39 acadêmicos. O impacto foi mensurado por questionário de feedback respondido por 27 participantes, correspondendo a 69,23%. Observou-se alto nível de satisfação com organização, estrutura, logística e metodologia, e o conteúdo foi julgado altamente pertinente para a formação médica. A autoavaliação indicou melhora na coordenação motora fina, essencial ao manuseio preciso de instrumentais. Na videolaparoscopia, 85,19% (23), relataram ganho significativo em noção espacial e percepção de profundidade. O treinamento sob visão bidimensional obteve o melhor índice de aproveitamento, com 88,89 % (24), referindo aprimoramento no manuseio de instrumentais nessa condição visual. Conclui-se que o uso de simuladores possibilitou treino prático, acessível e seguro, aproximando o ensino teórico da realidade do centro cirúrgico. O feedback confirmou elevado grau de satisfação com a organização, os recursos e a metodologia, e a maioria relatou melhora expressiva em coordenação motora fina, noção espacial e desempenho sob visão bidimensional. A iniciativa contribuiu para o desenvolvimento técnico e para a confiança dos estudantes, reforçando a importância de atividades práticas e simuladas como complemento ao ensino médico tradicional.