A qualidade do sono desempenha papel fundamental no desenvolvimento físico, emocional e cognitivo dos adolescentes. O objetivo foi promover a saúde do sono entre estudantes do ensino fundamental. Trata-se de um relato de experiência de acadêmica de medicina desenvolvido durante a disciplina de Práticas Interprofissionais de Educação em Saúde, com estudantes de 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do município de Portão/RS, por meio de ações interativas de educação em saúde. A metodologia utilizada seguiu os princípios da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) e da Política Nacional de Saúde na Escola (PSE), com base em metodologias ativas e participativas com foco no protagonismo juvenil. As atividades ocorreram de maio a junho de 2025 e incluíram: diagnóstico inicial sobre os hábitos de sono, quizzes interativos, desafios lúdicos, monitoramento do sono durante o período, manipulação de modelos anatômicos, discussões em grupo sobre os desdobramentos da temática, construção de gráficos, pesquisa e produção de folder educativo. A experiência revelou que o envolvimento dos alunos aumenta significativamente quando eles se reconhecem nos assuntos trabalhados em sala de aula e quando a abordagem metodológica é lúdica, interativa e conectada ao seu cotidiano. Esse tipo de abordagem mostra-se eficaz para estimular a reflexão crítica e a internalização dos  conceitos sobre o sono saudável. Ao longo do projeto, foi possível observar avanços na compreensão dos alunos sobre os fatores que influenciam a qualidade do sono. A comparação dos dados dos questionários iniciais e finais indicou mudanças positivas de hábitos, como a diminuição do uso de telas à noite e maior regularidade nos horários de dormir. Os estudantes demonstraram interesse e foram protagonistas na pesquisa de materiais para o produção participativa e qualificada do folder informativo, o qual será compartilhado com a comunidade escolar. Enquanto acadêmicas, essa vivência ampliou nossa percepção sobre o papel do médico na educação em saúde e reforçou a importância das ações interprofissionais no território escolar, aproximando o saber técnico-científico das realidades locais. A experiência na escola permitiu compreender, na prática, o impacto que ações educativas bem estruturadas podem gerar na saúde dos adolescentes. O projeto evidenciou que a promoção da saúde do sono vai além da simples transmissão de informações: requer escuta ativa, criatividade, empatia e envolvimento, e isso potencializa a mudança de hábitos e atitudes em direção a uma vida mais saudável.

Palavras-chave: Sono; adolescência; educação em saúde; promoção de saúde; metodologias ativas.