A ultrassonografia é um método de diagnóstico por imagem não invasivo e não ionizante(CARVALHO, 2014) que utiliza-se da interação entre ondas sonoras emitidas pelo transdutor do equipamento e os tecidos corporais (D’ANJOU, PENNINCK, 2015) para formar imagens a serem interpretadas em tempo real, e cuja interpretação depende dos conhecimentos e da diferenciação da anatomia normal ou não (NYLAN et.al, 2002). Através dela, é possível também coletar amostras para biópsias e guiar centeses, aumentando a precisão e segurança dos procedimentos em comparação a outros métodos (PENNINCK, 2002). O objetivo do trabalho foi realizar um levantamento dos exames ultrassonográficos e procedimentos guiados pelo método no período de janeiro a junho de 2018 no Hospital Veterinário da Ulbra (HV Ulbra), em Canoas – RS. No período avaliado foram realizados um total de 622 exames ultrassonográficos, sendo 615 abdominais, 6 torácicos e 1 cervical. Dos pacientes avaliados, 553 foram caninos e 104 felinos. O método permitiu diagnosticar 70 neoformações, 68 cistites, 25 gastrites, 23 afecções uterinas, 14 urolitíases e 12 pancreatites. Foram examinadas um total de 20 gestantes, 14 apresentando fetos viáveis e 6 apresentando fetos inviáveis. 33 pacientes não apresentaram alterações e em 410 pacientes não foi possível caracterizar a patologia somente através da ultrassonografia. As ultrassonografias intervencionistas totalizaram 48 exames, correspondendo 6 a biópsias percutâneas (5 hepáticas e 1 de nódulo pulmonar), 39 cistocenteses e 4 centeses abdominais. Dos 622 exames realizados, a ultrassonografia contribuiu para o diagnostico de 212 pacientes, mostrando-se um método de exame complementar confiável para aplicação na rotina clínica hospitalar. A casuística de achados pode variar conforme o local, e comparativamente ao estudo de Bragato et al.(2012), onde as afecções uterinas foram as mais diagnosticadas, no HV Ulbra as ocorrências mais comuns foram as neoformações. Dessas, os nódulos esplênicos destacaram-se como sendo um achado comum, e de acordo com Hecht (2008) não possuem especificidade. Também, a ultrassonografia fornece a localização correta de órgãos acometidos por massas e auxilia o cirurgião no planejamento operatório (GARCIA, FROES E GUÉRIO, 2012). Nesses casos, o estudo histopatológico ou citológico faz-se necessário para a conclusão do diagnóstico