Portal de Eventos da ULBRA., XXVI SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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INVESTIGAÇÃO DE LEISHMANIA INFANTUM EM JAVALIS DE VIDA LIVRE (SUS SCROFA) NO RIO GRANDE DO SUL
Marina Roth Vidaletti, Vinicius Proença Silveira, Vagner Lunge, Fabiana Quoos Mayer

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


Introdução

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença causada pelo protozoário Leishmania infantum, transmitida pelo mosquito Lutzomyia longipalpis. No Brasil, a LV é endêmica e de importância para a saúde pública. A LV é uma zoonose sendo o cão o principal reservatório do parasita. No entanto, animais silvestres podem ter um papel no cilco de L. infantum. O javali (Sus scrofa) é uma espécie exótica no Brasil, tem ampla distribuição no território nacional e causa efeitos negativos sobre o ecossistema devido à degradação de vegetação nativa e predação de outras espécies animais. Além dos impactos ambientais, em vários lugares do mundo os javalis são reservatórios de patógenos e podem manter esses agentes no ambiente.

Objetivos

O presente estudo teve como objetivo investigar a ocorrência da infecção por L. infantum em javalis de vida livre no Rio Grande do Sul.

Metodologia

Foram analisados 80 javalis de vida livre dos municípios de Barra do Ribeiro (n = 77), Herval (n = 2) e São Francisco de Paula (n = 1), no Rio Grande do Sul. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais do IPVDF (10/13). As coletas foram realizadas entre setembro de 2013 e setembro de 2015. O DNA do fígado, baço e linfonodos dos animais, que eram aparentemente saudáveis, foi extraído DNA (Maciel et al., 2018), quantificado por espectrofotometria de microvolumes (L-quant, Loccus Biotecnologia) e diluído para 100 ng/μL. Como controle interno, foi realizada PCR para o gene da gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase dos suínos (GAPDH) para confirmar a ausência de inibidores de DNA (Maciel et al., 2018). Para avaliar a presença de L. infantum, foi realizada PCR em tempo real com um kit comercial com sonda FAM, seguindo instruções do fabricante NewGene Simbios Cachoeirinha. Controles negativos foram incluídos em todas as reações. Os amplicons foram submetidos a eletroforese com gel de agarose a 1,5%, corado com brometo de etídio. Os resultados foram visualizados sob luz ultravioleta

Resultados e Conclusões finais ou parciais

Dos 80 animais avaliados, nenhum foi positivo para L. infantum. Todas as amostras foram positivas para o controle interno. Embora os resultados do presente estudo mostrem que não há presença de DNA de L. Infantum nos órgãos estudados, são necessárias mais pesquisas relacionadas à sorologia nesses animais para determinar a exposição dos mesmos e seu potencial na transmissão desta zoonose. Estes animais podem ter importante papel

epidemiológico na atração e/ou manutenção do inseto vetor, sendo constatada forte correlação entre a presença de suínos e a ocorrência da Leishmaniose em cães (BARBOSA et al., 2006).  Apesas do estudo mostrar que não há DNA de L. infantum em javalis de vida livre avaliadas no Rio Grande do Sul, mais estudos precisam ser realizados para determinar o papel do javali na transmissão da Leishmaniose. Uma análise em maior número de animais e de outras regiões do Estado poderá fornecer dados adicionais que confirmem esse achado.


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