Portal de Eventos da ULBRA., XXVII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVES SILVESTRES RECEBIDAS PARA ATENDIMENTO EMERGENCIAL EM PORTO ALEGRE
Isadora Agnes, Fabiane Prusch, Marina Zortea Anicet, Gleide Marsicano, Vagner Ricardo Lunge

Última alteração: 03-12-2021

Resumo


O estado do Rio Grande do Sul abriga cerca de 661 espécies de aves (BENCKE et al,  2010) e 273 são observadas na cidade de Porto Alegre (COA POA, 2020). Alguns tipos de aves respondem rapidamente a mudanças ambientais (KULAGA & BUDKA, 2019), sendo favorecidas principalmente as espécimes que se adaptam a paisagem urbanizada passando a prevalecer na comunidade (SILVA et al, 2014). Alguns desses indivíduos integrados as cidades são espécies como pomba-juriti (Leptotila verreauxi), sabiás-laranjeira (Turdus rufiventri), caturrita (Myiopsitta monachus), andorinha-pequena-de-casa (Pygochelidon cyanoleuca) e suindara (Tyto furcata). O objetivo do trabalho é relatar a frequência de espécies de aves silvestres de vida livre recebidas para atendimento emergencial na cidade de Porto Alegre. Durante o ano de 2020 foram recebidos 4.156 animais de vida livre de diversas classes (mamíferos, aves, répteis e anfíbios). A entrega era feita por cidadãos de Porto Alegre e/ou região metropolitana e também encaminhados por órgãos públicos ambientais responsáveis. Os registros de entrada eram organizados em uma planilha de Excel, onde anotava-se a espécie e a data de recebimento, quantidade de indivíduos, sexo, faixa etária, o tipo de conflito, condição clínica e o local onde foram encontrados. As aves eram alojadas conforme dieta, faixa etária e riscos de conflito interespécie, em recintos adequados ao tamanho e quantidade de indivíduos. Em alojamentos individuais eram acomodados os animais lesionados, com suspeitas ou patologias infectocontagiosas confirmadas, ou de hábitos solitários.  Os indivíduos eram acompanhados diariamente, observando-se a quantidade de alimento ou não ingerida, aspecto das excretas e comportamento. Conforme a evolução dos animais, era realizada a soltura, a destinação para cativeiro definitivo ou a eutanásia. O grupo das aves foi constituído de 2.733 indivíduos distribuídos em cerca de 114 espécies. A ordem Passeriforme foi o maior número de indivíduos, com 1.255 animais, seguido por Columbiforme, com 863 indivíduos, e Psittaciforme, com 210 indivíduos. É notável a habituação que vem ocorrendo em relação às aves e o ambiente urbano, revelando que essas espécies encontram alimento e refúgio durante o ano todo e um ambiente para se reproduzirem. Além disso, a integração desses animais dentro do meio urbano contribui para o risco de disseminação de patógenos potenciais causadores de doenças. Em síntese, a presença desses animais na paisagem urbanizada, salienta a necessidade de preservar ambientes naturais ou então fragmentos de vegetação, como parques, contribuindo para a manutenção da fauna regional (SILVA et al, 2014).

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