Portal de Eventos da ULBRA., XIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Relação do Polimorfismo -1059G>A no Gene da Metaloproteinase de Matriz-2 (MMP-2) com a Suscetibilidade e a Mortalidade na Insuficiência Cardíaca
Bruna Lima dos Santos, Renan Cesar Sbruzzi, Bruna Letícia da Silva Pereira, Andréia Biolo, Kátia Gonçalves dos Santos

Última alteração: 30-10-2013

Resumo


A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença clínica procedente da deterioração da função cardíaca, considerada como uma das principais causas de mortalidade no Brasil. Durante a progressão da IC, o ventrículo esquerdo (VE) sofre remodelamento, que ocorre como consequência das alterações na estrutura da matriz extracelular. Estas alterações são realizadas pelas metaloproteinases de matriz (MMPs). Estudos realizados em modelos experimentais de IC relacionaram o aumento da expressão das MMPs com o desenvolvimento e a progressão da doença. O presente estudo visa analisar a associação do polimorfismo -1059G>A no gene da MMP-2 com a presença e progressão da IC. Serão incluídos 300 pacientes com IC por disfunção sistólica provenientes do Ambulatório de Insuficiência Cardíaca e Transplante do Serviço de Cardiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com idade > 18 anos e fração de ejeção do VE < 45%. Também serão avaliados 300 indivíduos saudáveis provenientes do Centro de Hemoterapia do HCPA, com idade ≥ 18 anos e sem história pessoal ou familiar de doença cardiovascular ou morte súbita precoce. O DNA foi extraído de leucócitos do sangue periférico por um método de salting out. A genotipagem do polimorfismo -1059G>A foi realizada pela técnica de PCR-RFLP. Os produtos da digestão foram submetidos à eletroforese em gel de agarose, corado com brometo de etídeo e analisado sob luz ultravioleta, para a visualização dos fragmentos de restrição e identificação dos genótipos. Curvas de sobrevida foram construídas para avaliar a mortalidade por todas as causas e mortalidade por IC de acordo com o polimorfismo -1059G>A. As análises estatísticas foram feitas no programa SPSS. Até o presente momento, 83 pacientes foram genotipados, sendo que 56 (67,5%) apresentaram o genótipo GG, 27 (32,5%) o genótipo GA e nenhum apresentou o genótipo AA. A frequência do alelo A entre os pacientes foi de 16%. Os pacientes foram acompanhados por um período mediano de 21 meses (2,5 a 97 meses). Com relação ao óbito total, a taxa de mortalidade foi de 7% entre os pacientes com genótipo GG e de 22% entre os pacientes com genótipo GA (p=0,071). Os óbitos relacionados à IC foram registrados em 5% dos pacientes com genótipo GG e em 22% dos pacientes com genótipo GA (p=0,053). Porém, quando o tempo até o desfecho foi considerado na análise, as curvas de sobrevida mostraram que existem diferenças entre os pacientes heterozigotos e homozigotos para o alelo G quanto à mortalidade por todas as causas (log-rank=0,011) e por IC (log-rank=0,003). Assim, os dados preliminares sugerem que o polimorfismo -1059G>A no gene da MMP-2 está associado com a progressão da IC. Após a realização da análise deste polimorfismo no restante das amostras, será realizada uma comparação das frequências genotípicas e alélicas entre os pacientes e os doadores de banco de sangue, para avaliar a relação do polimorfismo -1059G>A com a suscetibilidade à IC.


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