Portal de Eventos da ULBRA., XIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Meninos e meninas são tão diferentes assim? Comportamento de adolescentes escolares de Porto Velho - RO.
Camila Duarte Almeida, Denise Aerts, Gehysa Alves, Sheila Câmara, Lilian Palazzo

Última alteração: 25-10-2013

Resumo


A transição da infância para a adolescência é povoada por novos sentimentos e responsabilidades, envolvendo a família, a escola e os amigos. Os escolares do sexo masculino e feminino possuem diferenças em seus comportamentos, determinadas por suas características demográficas, psicossociais, familiares e seu estilo de vida. Esses comportamentos frente a diferentes situações cotidianas potencializam ou fragilizam sua saúde. O presente trabalho, parte integrante um estudo multicêntrico denominado “A saúde do escolar da rede pública de ensino na região Norte do Brasil”, teve por objetivo investigar as características familiares, psicossocias, estilo de vida e estado nutricional de escolares adolescentes do sexo masculino e feminino, da rede pública de ensino de Porto Velho – RO, em 2010. Para tanto, foi realizado um estudo transversal com uma amostra representativa de 843 escolares do oitavo ano. Foi utilizada uma ficha antropométrica para o registro das medidas dos escolares que permitiu a classificação do estado nutricional por meio do o índice de massa corporal – IMC. Além disso, foi utilizado o questionário autoaplicável Body Shape Questionnaire-BSQ, avaliando a imagem corporal, e a classificação da situação econômica foi obtida através do questionário autoaplicável da ABEP (Associação Brasileira das Empresas). Para a identificação dos níveis de atividade física, o Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ foi aplicado, juntamente com outro questionário autoaplicável, validado pela Organização Mundial da Saúde, que possibilitou a  investigação da características psicossociais, familiares e estilo de vida destes estudantes. Para a análise dos dados, utilizou-se o teste do qui-quadrado, T de Student e razão de prevalências. O estudo realizado foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Luterana do Brasil (nº 2009-251H). Os resultados mostraram que os meninos são fisicamente mais ativos do que as meninas (71,7% vs 38,5%, p<0,001), apresentaram início mais precoce de vida sexual (39,0% vs 15,4%, p<0,001) e participaram mais de brigas nos últimos 30 dias (27,8% vs 18,1%, p: 0,001) e ações intimidatórias (37,4% vs 23,3%, p<0,001). As meninas são mais preocupadas com sua imagem corporal (13,5% vs 1,1%, p<0.001), referem mais sentimento de solidão (35,5% vs 20,2%, p<0,001), ideação suicida (21,7% vs 10,5%, p<0,001) e planejamento suicida (11,7% vs 6,9%, p: 0,020). Concluiu-se que as meninas têm mais conflitos emocionais, são mais preocupadas com sua imagem corporal e que os meninos são fisicamente mais ativos e mais violentos. Para meninos e meninas existe a possibilidade da realização de ações de saúde que os auxiliem em seu desenvolvimento saudável. Ações essas que podem ser oferecidas tanto pelos serviços de saúde quanto pelas escolas, envolvendo toda comunidade escolar e familiar. Se cada pilar executar de maneira correta suas ações, talvez os escolares possam incorporar hábitos mais saudáveis de vida.


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