Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Meninos e meninas são tão diferentes assim? Diferenças no comportamento de adolescentes escolares, do sexo feminino e masculino, da rede de ensino de Porto Velho-RO.
Camila Duarte Almeida, Denise Aerts, Gehysa Alves, Lilian Palazzo, Sheila Câmara

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


A adolescência compreende o período de vida entre 10 e 19 anos de idade. É nesta fase que o jovem vivencia mudanças físicas, biológicas, cognitivas, sociais e emocionais que influenciarão sua vida futura. Meninos e meninas possuem comportamentos distintos frente a diferentes situações cotidianas, potencializando ou fragilizando sua saúde. Assim, o objetivo do presente estudo é comparar as características familiares, psicossociais, estilo de vida e estado nutricional de escolares adolescentes do sexo masculino e feminino, da rede pública de ensino de Porto Velho-RO, 2010. Foram utilizados dados coletados no estudo denominado “A saúde do escolar da rede pública de ensino na Região Norte – Brasil”. O delineamento utilizado foi transversal e a amostra foi composta por 994 escolares maticulados no 8º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas do município de Porto Velho – RO, no ano de 2010. As variáveis de interesse foram obtidas com o auxílio de instrumentos de coleta de dados: ficha antropométrica; ficha de percepção da maturidade sexual de Tanner e questionários autoaplicáveis sobre percepção de imagem corporal (BSQ), inserção econômica (ABEP), atividade física e situações de vulnerabilidade (vida sexual, estilo de vida e características familiares e psicossociais). O estudo foi aprovado pelo CEP-Ulbra (251H/2009). Os resultados preliminares mostraram que existem mais jovens do sexo feminino do que masculino (29,9% x 21,3%). Os meninos possuem maior risco nutricional e desnutrição (24,3% x 18,18%), porém as meninas têm mais sobrepeso/obesidade (21,7% x 14,8%) e estão mais preocupadas com sua imagem corporal (33,3% x 7,2%). Os jovens do sexo masculino são mais fisicamente ativos (71,7% x 38,5%) e iniciaram mais precocemente sua vida sexual (39,0% x 15,4%). As meninas apresentaram mais dificuldade para dormir (26,1% x 10,1%), tiveram mais ideação suicida (21,7% x 10,5%), planejamento suicida (11,7% x 6,9%) e sentimento de solidão (35,5% x 20,2%). Porém, os meninos relataram mais situações nas quais intimidaram/discrimiram colegas (37,4% x 23,3%) e se envolveram em brigas (27,8% x 18,1%). Todas essas diferenças foram estatisticamente significativas (p < 0,05). Ainda que os resultados sejam preliminares, observa-se que as meninas têm maiores conflitos emocionais, mais preocupação com sua imagem corporal e maior prevalência de obesidade e sobrepeso. Em contrapartida, os meninos possuem um estilo de vida mais ativo fisicamente, maior prevalência de risco nutricional/baixo peso e iniciação sexual mais precoce. Essas diferenças indicam a necessidade de que os programas de promoção da saúde de escolares contemplem as particularidades do comportamento de gênero entre os jovens.