Portal de Eventos da ULBRA., XX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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ESTUDOS DAS INTERAÇÕES ENTRE CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS E CÉLULAS ENDOTELIAIS
Gabriela da Silva Peters, Bruno Bellagamba, Patrícia Grudzinski, Pedro Ely, Lindolfo Meirelles

Última alteração: 17-10-2014

Resumo


As células-tronco mesenquimais (MSCs) são encontradas em quase todos os órgãos e tecidos pós-natais por estarem associadas aos vasos sanguíneos, e são de grande importância para a engenharia de tecidos e para a medicina regenerativa em geral. As paredes internas dos vasos sanguíneos são formadas por células endoteliais (ECs) e a sua volta há a participação de pericitos, células que exercem importantes funções na angiogênese. Este estudo analisou as interações entre MSCs e ECs in vitro e investigou possíveis alterações fenotípicas induzidas pelo contato entre essas células durante o cocultivo. MSCs e ECs tiveram seus potenciais adipogênico e osteogênico testados, e suas cinéticas de cultura analisadas. Foram utilizadas MSCs de tecido adiposo humano (hMSCs) dos doadores 1 e 2, e como ECs utilizamos uma linhagem derivada de hemangioendotelioma de camundongos (EOMA). As hMSCs e células EOMA foram cultivadas em atmosfera umidificada a 37°C e com teor de 5% de CO2, aderidas ao plástico com meio de cultura Dulbecco Modificado por Eagle (DMEM), suplementado HEPES, 10% de soro fetal bovino e antibióticos. O Cocultivo entre MSC e EC foi realizado utilizando um conjunto de proteínas de matriz extracelular. Para o cocultivo foram utilizadas hMSCs do doador 2 e EOMA como ECs.  O cocultivo ocorreu em placa de 24 poços, sendo utilizados apenas 18 poços. Estes foram divididos igualmente em poços de matriz extracelular com fatores de crescimento e sem fatores de crescimento. Foram executados dois experimentos de cinético de cultivo com as células EOMA, sendo encontradas no experimento 1 e 2, respectivamente, uma proliferação de 0,691 e 0,635 duplicações por dia. Nas hMSCs foi constatado 0,127 e 0,158 duplicações por dia, respectivamente, no doador 1 e no 2. A diferenciação adipogênica das hMSCs foi confirmada nos doadores 1 e 2 e a diferenciação osteogênica foi observada apenas no doador 1. No cocultivo, constatamos que nos poços com matriz extracelular sem fatores de crescimento não ocorreram grandes mudanças, diferente de poços que possuíam matriz extracelular com fatores de crescimento. Estes mostraram um comportamento inesperado, formando algumas estruturas diferentes nos poços apenas com EOMA e poços com cocultivo de EOMAs+hMSCs. Durante este trabalho, observamos resultados que comprovaram a diferenciação adipogênica e osteogênica das hMSCs. Em contrapartida, as ECs utilizadas não se diferenciaram em adipócitos ou osteoblastos. Não se pode afirmar com clareza a ocorrência da formação de túbulos semelhantes a estruturas de vasos sanguíneos nesses experimentos. No entanto, ficou claro que as hMSCs influenciaram o comportamento das células EOMA durante o cocultivo, o que levou à formação de estruturas que podem corresponder a rudimentos de vasos sanguíneos, o que não foi confirmado neste trabalho. As estruturas encontradas devem passar por um estudo mais aprofundado para que se possa esclarecer e determinar as causas desses resultados.

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