Portal de Eventos da ULBRA., XX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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NEUROTOXOPLASMOSE: RELATO DE CASO
Leonardo Moura Leal, Luis Felipe Teixeira Neumaier, Natália Fehlauer Cappellari, Rafael Mauricio Medeiros Hirsh, Diego da Rosa Miltersteiner

Última alteração: 17-10-2014

Resumo


A toxoplasmose cerebral é a principal encefalite em pacientes com SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) E ocorre devido à reativação da infecção latente do Toxoplasma gondii em pacientes imunodeprimidos.  A soroprevalência do anticorpo IgG para toxoplasmose é entre 30 a 60%1 na maioria dos países do mundo. No Brasil é de 41,04%2 e a sua reativação ocorre em 3 a 40%3,4 dos pacientes com SIDA. A neurotoxoplasmose se apresenta como doença subaguda, com disfunção cerebral focal ou combinada com sintomas encefálicos não focais. As manifestações focais relacionam-se com as lesões do hemisfério cerebral. Os aspectos não focais incluem confusão geral, alterações da consciência, cefaleia e febre. Os exames diagnósticos com maior sensibilidade na detecção do DNA parasitário é o PCR do líquor (69 a 83%) e do sangue (80%). Os testes sorológicos são utilizados como critério de exclusão, entretanto nos portadores do HIV somado a altos títulos de IgG pode-se indicar a ocorrência de encefalite toxoplásmica quando as células CD4+ < 200 células/μl. Paciente feminina, 52 anos procurou o HPSC com queixa de paresia e parestesia em MID, iniciadas abruptamente há 4 dias. Negava comorbidades, uso de álcool ou fumo e não fazia uso prévio de medicamentos. Realizada TC de Crânio onde se observou no lobo parietal esquerdo e frontal direito hipodensidade sugestiva de área de edema vasogênico. Transferida ao HU – ULBRA por suspeita de AVE. Realizada RM elucidativa que revelou lesão de aspecto cístico, com nodulação no seu interior que expressava hipersinal em T2 e FLAIR. Tais achados foram considerados de natureza indeterminada devendo-se investigar processo inflamatório, infeccioso ou neoplásico. Solicitado ANTI-HIV Teste Rápido que obteve resultado positivo levando a suspeita de neurotoxoplasmose. Iniciado tratamento com pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico, realizada notificação à Secretaria de Saúde e encaminhada para acompanhamento ambulatorial. O diagnóstico de Neurotoxoplasmose é considerado uma emergência em pacientes imunocomprometidos, visto que a evolução pode ser rápida e letal. O parasita Toxoplasma gondii está presente em aproximadamente 40% da população e é o agente causador da encefalite toxoplásmica. Portanto, deve-se estar atento ao aparecimento destes sintomas em pacientes imunocomprometidos, para que possa ser feito o diagnóstico diferencial, e assim instituir o tratamento adequado o mais rápido possível.