Portal de Eventos da ULBRA., XX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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COLESTEATOMA EM CRIANÇAS
Jéssica Lima Coelho

Última alteração: 17-10-2014

Resumo


O colesteatoma é definido como o acúmulo de queratina esfoliada dentro da orelha média ou de qualquer área pneumatizada do osso temporal. Perda auditiva e otorreia são as manifestações mais comuns. A perda auditiva é diretamente proporcional ao grau de destruição do sistema timpanossicular, o qual guarda uma íntima relação com a via de formação do colesteatoma. Existem referências de que o colesteatoma seria mais agressivo e teria um pior prognóstico em crianças. Estudos indicam que 83% dos pacientes com colesteatoma apresentam alterações na orelha contralateral (OCL). Com este trabalho objetivou-se descrever em crianças: as vias de formação dos colesteatomas, a severidade da perda auditiva condutiva e os achados da OCL. O estudo foi realizado utilizando o método transversal. Foram estudadas as videotoscopias de 129 pacientes pediátricos em acompanhamento no ambulatório de otite média crônica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre em relação à via de formação dos colesteatomas e aos achados otoscópicos da OCL. Foi avaliada a intensidade do gap aéro-ósseo na audiometria. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 12,4 ± 4,36 anos.  Em relação às vias de formação dos colesteatomas, encontrou-se: 5,4% de colesteatomas epitimpânicos anteriores, 21,7% de epitimpânicos posteriores, 43,4% de mesotimpânicos posteriores, 17,1% com formação de duas vias e em 12,4% a via foi indeterminada. O gap aéro-ósseo encontrado na média tritonal foi menor ou igual a 20dB em 8,7% dos pacientes, entre 20 e 40dB em 43,4% e maior ou igual a 40dB em 47,9%. A OCL apresentou-se normal em 34,9% dos pacientes, 46,5% apresentaram retrações moderadas/severas de membrana timpânica (MT), 7,8% perfuração da MT e 10,9% colesteatoma. Separando os pacientes conforme a via de formação do colesteatoma, a prevalência de alterações na OCL foi semelhante entre os grupos, exceto que no epitimpânico anterior, todas as OCL eram normais (p=0,004). Observou-se uma maior prevalência dos colesteatomas mesotimpânicos posteriores na população estudada. A maioria delas apresentou média tritonal do gap aéreo-ósseo maior de 20 dB. As alterações mais prevalentes na OCL foram retrações moderadas/severas da MT e colesteatomas. Todas as OCL dos pacientes com colesteatomas epitimpânicos anteriores foram normais, sugerindo, portanto, uma provável origem congênita.


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