Estudos de caracterização da clientela de serviço-escola de Psicologia são correntes em nosso país. O presente estudo visa ainda dar continuidade a levantamentos anteriores (Souza, Santos, & Vivian, 2014; Vivian, Timm, & Souza, 2013; Maravieski & Serralta, 2011), bem como aprimorar a forma de armazenamento de informações em base de dados própria e padronizar o registro nos prontuários. Além disso, fornecerá base empírica para demonstrar a importância desse serviço para a comunidade canoense e da região metropolitana, a fim de aprimorar continuamente novas modalidades de intervenção ofertadas pelo serviço. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar a população de crianças, adolescentes e adultos que buscaram atendimento psicológico no período de Julho de 2014 a Julho de 2015, incluindo as variáveis: sexo, idade, escolaridade, nível sócio econômico, ocupação, motivo de procura pelo serviço e tipo de atendimento recebido, em um serviço-escola da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS. Para tanto, será realizada pesquisa documental, descritiva, com levantamento retrospectivo, com base em dados de prontuários de pacientes que assinaram TCLE, cujos resultados foram analisados através de estatística descritiva realizada no programa estatístico SPSS versão 21.0. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP/ULBRA 31197814.8.0000.5349. A amostra do presente estudo foi composta pela análise de 57 prontuários de pacientes que passaram pelo serviço-escola de Psicologia, de julho de 2014 a julho de 2015. Posteriormente, serão integrados os dados de todos os pacientes atendidos de 2014 a 2015. Constatou-se que a maior parte dos atendimentos realizados na clínica-escola foi de pacientes sexo feminino (75,4%), com uma faixa etária que variou entre 5 e 85 anos. A predominância foi de adultos (49,1%), seguido por adolescentes (22,8%). O nível de escolaridade dos participantes variou, destacando fundamental incompleto para crianças e adolescentes (28,1%) e médio completo para adultos (24,6%). A maioria dos participantes era da classe C (57,9%). Dentre os principais motivos de busca por atendimento psicológico constatamos que as queixas referentes à depressão (31,6%) e ansiedade (17,5%) foram as mais frequentes. A maioria dos pacientes buscou psicoterapia de forma espontânea (70,2%) e foram atendidos pela abordagem cognitivo-comportamental (63,2%). As desistências ou desligamentos totalizaram 26,3% dos casos, sendo que 49,1% ainda permanecem em atendimento. Quando da troca de estagiários, a passagem ocorreu em apenas 8,8% dos casos. A mediana do número de sessões foi de 6, com variação de 0 a 20 sessões, podendo chegar a 40 sessões em psicoterapia breve focal.  E a média do valor pago foi de R$ 17,4. Por fim, beneficiaram-se da consultoria psiquiátrica 7% dos casos que tinha indicação para tal atendimento. A maior procura por adultos foi corroborada na literatura e houve semelhança quanto aos dados sociodemográficos de estudos anteriores, bem como o valor médio pago pelos atendimentos, a abordagem teórica e o acesso à consultoria psiquiátrica, por isso serão discutidos de forma mais profunda apenas quando totalizados os levantamentos de dados, com destaque para os motivos de interrupção ou desistência que merecem consideração e estratégias de intervençao aprimoradas (Vivian, Timm, & Souza, 2013; Souza, Santos, & Vivian, 2014).