Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Saúde Ambiental: Poluentes Emergentes
Luciana Lodi, Renata Farias Oliveira, Nádia Teresinha Schröder

Última alteração: 30-08-2016

Resumo


Na  química  ambiental,  a  água  é  considerada  um  dos  tópicos  mais importantes.  Há  uma  crescente  preocupação  ligada  diretamente  aos micropoluentes  no  meio  ambiente.  Esses  micropoluentes,  mesmo  em  baixas concentrações,  causam  efeitos  adversos  aos  organismos  expostos  à  essas substâncias. Os poluentes  orgânicos persistentes  (POP) foram  durante muito tempo, os xenobióticos mais estudados, pois eram tratados como os principais poluentes ambientais e a análise estava concentrada nesta categoria, como por exemplo,  os  organoclorados.  Entretanto,  identificou-se  que  outras  classes  de contaminantes  orgânicos  vêm  sendo  estudadas,  pelas  consequências  que causam  ao  meio  ambiente  e  à  saúde  humana.  Entre  elas  encontra-se  a  dos poluentes  orgânicos  emergentes  (POE),  que  são  qualquer  composto  químico presente  numa  variedade  de  produtos  comerciais  como  medicamentos, produtos de uso veterinário, embalagens de alimentos, produtos de higiene e agrotóxicos. A tecnologia disponível para remoção de poluentes orgânicos em meio  aquoso,  como  nas estações  de  tratamento  de  água  e  esgoto,  são ineficientes. Entre os poluentes emergentes, está o paracetamol, que tem como uma  das  vias  de  contaminação  ambiental  a  excreção  humana,  que  ao lançamento do esgotamento sanitário, disseminam-se no meio aquático. Há um grande interesse em utilizar resíduos em geral como precursores na remoção de  diversos  poluentes  e  para  a obtenção  de  carvão  ativado devido  as  suas caracteírsticas de adsorção dos mesmos. A proposta deste projeto de pesquisa é  estudar  técnicas  de  remoção  de  poluentes  orgânicos  emergentes  em  meio aquoso  utilizando  resíduos.  Com  o  desenvolvimento  da  técnica  de  adsorção propõe-se estudar a sua aplicabilidade na remoção de poluentes emergentes em efluentes e águas. Desta forma, no presente estudo avaliou-se a remoção de  paracetamol  de  efluente  sintético,  em  batelada,  utilizando  resíduo  de crambe  (Crambe abyssinica  Hochst) do  processo  de  extração  de  seu  óleo. Foram  utilizados  como  adsorvente  o  crambe  do  proveniente  do  processo de extração,  além  de  tratamentos  do  resíduo  via  extração  sólido-liquido  por ultrassom,  com  a finalidade de  aumentar  a  área  superficial  disponível  para  a adsorção.  Nas  extrações  foram  utilizados  dois  meios:  metanol  e  acetona.  A determinação  de  paracetamol  no  meio  aquoso  foi  realizada  em espectrofotômetro  no  comprimento  de  onda  de  242  nm. Foram  realizados ensaios  com  efluente  sintético  contendo  20  mg.L-1de  paracetamol  P.A, concentração  de  sólido  adsorvente  de  0,4  g.L-1e  tempo  de  20  minutos.  O crambe  sem  tratamento  atingiu  2,3%  de  remoção  para  paracetamol  e  o adsorvente  tratado  com  acetona  resultou  em  3,2%.  O  adsorvente  que apresentou maior eficiência de remoção foi o resíduo em que foi submetido à extração  em  ultrassom  com  metanol,  atingindo  80%  de  remoção para paracetamol.  Isto  se  deve  que  ao  passar  pelo  processo  de  extração  via ultrassom,  o  óleo  remanesce  presente  no  crambe  é  extraído  e  torna  a  área superficial disponível para a adsorção.

Palavras-chave


Adsorção; Poluentes orgânicos; Paracetamol.

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