Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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ANÁLISE DE UMA COORTE DE VÍTIMAS DE TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO GRAVE EM PORTO ALEGRE E CANOAS/RS
Rodolfo Mathias Dalcin, Lelia Lilliana Sousa, Daniel Simon, Andrea Pereira Regner

Última alteração: 31-08-2016

Resumo


Introdução: O traumatismo crânio encefálico (TCE) representa um dos principais problemas de Saúde Pública, uma vez que o TCE grave é a principal causa de morte em indivíduos jovens no mundo. A mortalidade por TCE grave varia entre 20 e 70%, conforme centros estudados, e 100% dos pacientes apresentam algum grau de sequela.

Objetivos: O objetivo do presente estudo foi caracterizar o perfl epidemiológico e clínico de vítimas adultas de TCE grave internadas nas unidades de terapia intensiva (UTIs) do SUS, em Porto Alegre e Canoas (RS), no período de setembro de 2009 a setembro de 2011.

Metodologia: Foram incluídos neste estudo prospectivo 427 pacientes, admitidos em tres centros regionais de atendimento ao trauma. Foram acompanhados diariamente os pacientes com diagnostico de TCE grave na admissao hospitlar e durante a internação na UTI. As características dos indivíduos foram estratificadas pelo desfecho primário (mortalidade na UTI).

Resultados e Conclusões: A idade mediana dos pacientes de TCE grave foi de 32 anos, e a razão de prevalência do TCE nos homens em relação às mulheres foi de 8,5:1. A maioria (93%) dos pacientes recebeu atendimento pre hospitalar (APH) e 52% deles foram entubados no APH, sendo que esta entubação no APH apresentou correlação com o desfecho fatal. O local de APH teve associação com o desfeco fatal, sendo que o atendimento inicial nas cidades-polo apresentou associação com melhor desfecho. Os principais mecanismos de lesão foram os acidentes envolvendo veículos automotores (62%), seguidos pela violência interpessoal (25%), sendo que 58% apresentou lesões associadas ao TCE grave. A mortalidade observada das vítimas de TCE grave internadas na UTI foi de 31%. Os escores da Escala de coma de Glasgow (ECG) na admissão hositlar e na UTI também foram significativamente mais baixos (p<0,001) nas vítimas de TCE que tiveram desfecho fatal (5,1 e 4,2, respectivamente) quando comparadas às vítimas que sobreviveram (5,9 e 5,1, respectivamente). Ainda, o maior diâmetro pupilar na admissão hospitalar apresentou associação com o desfecho fatal. Os pacientes que tiveram desfecho fatal ficaram menos dias internados na UTI, provavelmente porque a maioria dos óbitos ocorreu numa mediana de 4 dias apos a dmissão hospitalar. Os pacientes que tiveram alta da UTI apresentaram sequelas importantes, uma vez que os escores medios na ECG foram de 10. Assim, corroborando a literatura, verificamos que a maioria das vítimas de TCE grave são homens jovens, vítimas de acidentes com veículos automotores ou violência interpessoal que receberam APH e que apresentaram escores mais baixos na ECG e maior diâmetro pupilar como so principais preditores precoces de desfecho fatal na UTI.


Palavras-chave


Traumatismo Crânio Encefálico; Atendimento Hospitalar; Mortalidade; Epidemiologia

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