Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES GENOTÓXICAS E MUTAGÊNICAS DO EXTRATO AQUOSO DAS FOLHAS DE Campomanesia xanthocarpa.
Fernanda Brião Menezes Boaretto, Joubert Aires de Sousa, Cleonice Hoffmann, Juliana Bondan da Silva, Jean Fachini, Jaqueline Nascimento Picada

Última alteração: 25-10-2016

Resumo


As plantas com indicação terapêutica necessitam da comprovação da sua segurança, pois podem causar alterações no DNA, sendo que os riscos são ainda maiores quando os usos ocorrem de forma descontrolada. Campomanesia xanthocarpa Berg. é uma planta medicinal e alimentícia pertencente à família Myrtaceae, que apresenta  ações como  antidiarreica, anti-inflamatória, anti-reumática, antiulcerogênica, antitricomonas, antimicrobiana, antiplaquetária, antitrombótica, atividade fibrinolítica e redução de peso. Porém há poucos estudos relatando seus possíveis efeitos genotóxicos. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial mutagênico e genotóxico do extrato aquoso das folhas de C.xanthocarpa, utilizando o teste Salmonella/microssoma. Foram utilizadas linhagens de Salmonella typhimurium TA98, TA97a, TA100, TA102 e TA1535 de acordo com o procedimento de pré-incubação por 20min à 37ºC com cinco concentrações não citotóxicas do extrato aquoso de C. xanthocarpa, na presença ou ausência de S9mix. Aflatoxina B1 foi utilizada como controle positivo para todas as linhagens na presença de ativação metabólica. Na ausência de ativação metabólica, os controles positivos foram óxido de 4-nitroquinolina para TA97a, TA98, TA102 e azida sódica para as linhagens TA1535 e TA100. As placas foram incubadas no escuro a 37°C durante 48h antes da contagem das colônias revertentes. Também foi realizado o teste cometa em sangue periférico de atos machos Wistar que foram tratados por gavagem com dose única de PBS ou extrato de C. xanthocarpa 2000 mg/kg. O sangue foi coletado 24h após a administração, em eppendorffs contendo heparina. As amostras foram utilizadas para avaliação da genotoxicidade/antigenotoxicidade pelo teste cometa alcalino. Foram preparadas 4 lâminas de microscopia pré-cobertas com agarose para cada rato. Em cada lâmina foi adicionado 5µL de sangue misturados a 95µL de agarose LM. Metade das lâminas foi imersa numa solução de peróxido de hidrogênio a 0,25mM por 5min. Após, todas as lâminas foram colocadas em cubetas contendo solução de lise, onde permaneceram por 24h. Na sequência, foi realizada a eletroforese (300mA, 25V, 15min) e a coloração das lâminas com nitrato de prata. Foram contadas ao microscópio, 100 células de cada tratamento e calculados índice de danos e frequência de danos. Em ambos os testes foram considerados significativos os valores de p<0,05 (ANOVA, Teste de Tukey). A C. xanthocarpa foi mutagênica para as linhagens de S.typhimurium que detectam mutações por deslocamento no quadro  de leitura e danos oxidativos somente na ausencia de metabolização. No teste cometa o extrato não aumentou ID e FD em relação ao grupo PBS. ID e FD foram menores no grupo extrato + H2O2 em relação ao grupo PBS + H2O2. O extrato na dose 2000mg/kg não foi genotóxico e apresentou efeitos protetores contra danos oxidativos induzidos por peróxido de hidrogênio. Estudos adicionais estão em andamento para determinação destas atividades, utilizando 3 doses do extrato.

Palavras-chave


Campomanesia xanthocarpa, mutagênico, genotoxicidade.

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