Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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MASCULINIDADES EXPRESSAS NO FUNK: DISCURSOS SOBRE JOVENS CONTEMPORÂNEOS
Bruna Manara Costa, Marcelo Pedroti Barbieri, Juliana Ribeiro de Vargas

Última alteração: 29-08-2017

Resumo


Estudo qualitativo, elaborado frente aos aportes teóricos dos Estudos Culturais em Educação e dos Estudos de Gênero, em perspectiva pós-estruturalista, o presente trabalho busca analisar a constituição da subjetividade de jovens contemporâneos frente aos discursos visibilizados por músicas e videoclipes de músicas de funk, entendidos aqui como artefatos midiáticos. Tais jovens, com idades entre quatorze e dezessete anos, são estudantes do último ano do Ensino Fundamental de duas escolas públicas das cidades de Porto Alegre (RS) e Canoas (RS). De acordo com as perspectivas teóricas citadas, o conceito de juventude remete à ideia de uma categoria plural, distante das classificações etárias e das descrições biológica como modos únicos para descrevê-la (Feixa, 1999 e Dayrell, 2001). Como metodologia, valemo-nos do uso de questionários, da análise de determinados artefatos culturais (músicas e videoclipes), descritos pelos jovens investigados como seus preferidos e também, dos grupos de discussão com os estudantes das turmas referidas acerca das músicas Menino Sonhador do Mc Pedrinho, 4M Nato do Mc Davi e Baile de Favela do Mc João – as mais populares entre os/as jovens pesquisados. Através das análises realizadas percebemos que, apesar de grande parte dos meninos gostarem das músicas citadas, eles reconhecem que os clipes apelam para carros de luxo, bebidas caras e principalmente para a exposição sensualizada de mulheres para se popularizarem-se pela web. Os jovens também acreditam que homens ricos consigam relacionar-se com um número maior de mulheres do que aqueles que não têm. No entanto, tais mulheres seriam “as interesseiras” e não “as de fé”, aquelas que os jovens procurariam para ter um relacionamento sério; A maioria dos jovens e das jovens pesquisados compreende que os artefatos não influenciam sobre seu modo de vida, no entanto, os estudantes relataram que se começasse a ganhar bastante dinheiro “ostentaria” carros, motos e outros artefatos de luxo, também, de modo semelhante ao que é evidenciado pelos cantores nos clipes analisados. Por fim, os jovens associam a masculinidade expressa nas músicas apresentadas com a possibilidade de ter/consumir artefatos de luxo e, por conseguinte, a companhia de belas mulheres. Segundo Kellner (2001) a cultura midiática (construída, incessantemente, por meio de imagens e sons) modela uma visão prevalecente de mundo, modelando opiniões políticas e comportamentos sociais, definindo o que é considerado bom ou mau, positivo ou negativo, moral ou imoral, fornecendo a matéria prima para a construção das identidades dos indivíduos. Compreendemos que esta investigação, mais do que visibilizar e problematizar a constituição de expressividades das culturas juvenis contemporâneas, visa contribuir para organização de diferenciadas práticas pedagógicas nas instituições escolares, a partir do conhecimento de dimensões da vida dos jovens na atualidade.

Palavras-chave


Estudos Culturais - Gênero – Juventudes - Artefatos Culturais.

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