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CIEPRE: Inclusão e Acolhimento por Meio do Esporte Adaptado e Convivência Comunitária
Jacileia Storki Encarnação

Última alteração: 12-11-2025

Resumo


O CIEPRE é projeto de extensão comunitária da ULBRA com mais de duas décadas de existência. O projeto atende pessoas de Canoas, Esteio e Sapucaia com diferentes tipos de CID (Classificação Internacional de Doenças) hoje freqüentam o CIEPRE em torno de 15 alunos, juntamente com seus responsáveis na maioria as mães, aonde realizamos atendimento para os dois grupos o que resulta em torno de 30 a 20 atendimentos por semana, incluindo, de forma mais expressiva, indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (em diversos níveis), demências, Down, além de limitações físicas e neurotípicas, abrangendo todas as faixas etárias, da infância à vida adulta. Dentro dessa realidade, a Educação Física se apresenta como uma ferramenta poderosa de inclusão, promovendo não apenas benefícios fisiológicos e motores por meio do exercício físico adaptado, mas também avanços significativos nas áreas de socialização, desenvolvimento psicomotor e bem-estar psicossocial. As atividades são pensadas de forma individualizadas, respeitando o estágio de desenvolvimento, as capacidades e as necessidades específicas de cada participante, o que permite um trabalho mais eficiente e humanizado. A prática corporal no CIEPRE vai além do movimento em si, é uma ponte para a autonomia, para a expressão pessoal e para o fortalecimento dos vínculos sociais. Por meio de propostas pedagógicas dinâmicas e inclusivas, o exercício físico contribui para romper ciclos de inércia, oferecendo aos participantes a possibilidade de vivenciarem o próprio corpo com mais consciência, liberdade e prazer. É igualmente significativo o envolvimento das famílias, especialmente de mães e pais que acompanham de perto o desenvolvimento de seus filhos. A participação ativa dos responsáveis no processo evidencia o impacto positivo do projeto não apenas nos indivíduos atendidos, mas também em seus núcleos familiares, que encontram satisfação e esperança ao presenciarem momentos de conquista, mesmo que pequenos, de autonomia e integração social.Portanto, no CIEPRE reforçamos o compromisso com uma prática inclusiva, pautada na escuta, na empatia e na construção conjunta de caminhos que possibilitem o acesso ao movimento e à cidadania por meio do corpo, do esporte da convivência e socialização de nossos alunos e também dos familiares, pois é através da convivência que reforçamos os vínculos sociais e comunitários. Neste primeiro semestre contamos com a participação dos alunos e professores do Curso de Medicina um grupo de 12 alunos do quinto semestre da faculdade de Medicina da ULBRA, realizou atividades práticas da disciplina Medicina de Família e Comunidade acompanhadas pela professora Daniela Aguiar Martins Domingues, médica de família e comunidade e o professor Cássio Santos. Esta disciplina é PEI, da curricularização da extensão, e seu objetivo é ensinar aos alunos sobre acessibilidade e inclusão, formando os médicos egressos mais humanos e com habilidades técnicas para atender pessoas com deficiência e suas famílias. Assim, foram realizados sete encontros, no Projeto CIEPRE, dos alunos de Medicina com as mães das pessoas com deficiência e os alunos do CIEPRE com atividades na quadra de esportes do prédio 55. Estes encontros foram através de rodas de conversa na sala 09 do prédio 55, as quartas feiras, das 14h às 15h. Foi estimulado que as mães que ali estavam contassem suas histórias de vida, suas alegrias e dificuldades em ter filhos com deficiência, suas experiências em contato com médicos e serviços de saúde, e seus conselhos para os jovens em formação médica. Além disso, foi solicitado que elas trouxessem dúvidas para que os nossos alunos estudassem, e as mães questionaram sobre sexualidade das pessoas com deficiência, pois a maioria de seus filhos no projeto CIEPRE já são adultos. Assim, foi apresentada as mães uma aula sobre esse tema, que gerou muitas discussões interessantes durante 2 encontros. Em um dos encontros, também foi oferecido atendimento médico individual para cada mãe, separando cada dupla mãe-aluno em uma sala de aula, e sendo supervisionados por mim. Também como momentos de relaxamento para essas famílias tão sobrecarregadas foram oferecidas duas pequenas confraternizações,  de dia das mães e festa junina, também para que os alunos envolvidos neste grupo pudessem conhecer mais os filhos das pessoas que acompanhavam, ou seja, os atendidos pelo CIEPRE. O feedback dos alunos foi muito bom, e também estão na plataforma AULA.Também tivemos outro grupo com, outros 12 alunos desta mesma disciplina acompanharam o professor Cássio Santos no atendimento em quadra de esportes com pessoas com deficiência,  realizando interação social e atividades físicas, além de avaliação antropométrica e de Índice de massa corporal de cada atendido do projeto. O feedback destes alunos também foi muito bom, tendo aproveitado muito as atividades, e ressaltando a importância de manter e ampliar e dar mais visibilidade ao Projeto CIEPRE.Os alunos do Curso de Medicina de forma geral foram muito participativos ficamos muito felizes com a interação dos mesmos com os nossos alunos do CIEPRE e seus familiares o que demonstrou na prática o verdadeiro sentido de extensão comunitária, pois reunimos alunos, professores e comunidade mostrando que é possível desenvolver um trabalho bem maior e que realmente faz a diferença para a comunidade atendida.


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